A MISSÃO E OS MINISTÉRIOS DA IGREJA

1. ASSEMBLÉIA

A assembléia, é formada pelos membros da igreja, e deve se reunir ordinariamente no mínimo uma vez por mês, para deliberar sobre assuntos previamente divulgados e constantes de uma pauta, e extraordinariamente para tratar de assuntos prementes e inadiáveis, e pode ser convocada em qualquer momento em que a igreja se achar reunida, simplesmente com um pedido do presidente. Ambas assembléias, ordinária e extraordinária, tratarão de assuntos inerentes a vida da comunidade cristã e conseqüentemente decidir os destinos da igreja local.
A condução da reunião em assembléia, também chamada de cessão de negócios, deve ser pautada pelo espírito democrático, que deve nortear toda a vida eclesiástica. Deste modo democraticamente os assuntos devem ser tratados. Quem deve presidir a assembléia é o pastor, que é o Presidente da Diretoria da igreja. A Diretoria da igreja por sua vez é constituída e aprovada em Assembléia ordinária, realizada uma vez por ano para escolher ou referendar e aprovar os nomes dos novos diretores dos diversos ministérios da igreja, inclusive do presidente, como acontece em algumas denominações, para o exercício das atividades durante o novo ano eclesiástico.
A assembléia é soberana, e as suas decisões devem ser respeitadas por todos os membros da igreja. A maior autoridade na igreja não é o pastor ou nenhum outro componente da diretoria ou de qualquer um dos ministérios. Cristo que é cabeça do corpo constituído de muitos membros que é a sua igreja. Cristo é a maior autoridade no seio da Igreja. A igreja é o corpo de Cristo na terra, e como tal, tem em Cristo o seu Senhor. A Igreja é porta-voz da vontade de Cristo, porque ela tem a mente de Cristo, e deve pensar como Cristo pensou. A Assembléia deve decidir à luz da Palavra de Deus, na unção do Espírito Santo, motivo pelo qual a igreja reunida em assembléia ou reunião de negócios, não deixa de estar prestando um culto a Deus. A assembléia está decidindo em nome do Reino de Deus do qual faz parte como seu povo. A assembléia deve estar atenta para as formas pelas quais os assuntos são colocados para evitar que venha a ser induzida a votar e aprovar assuntos não esclarecidos devidamente, e conseqüentemente enganar-se nas decisões tomadas.
Todo os membros da igreja devem participar ativamente das assembléias da igreja, de modo que venha a exercer o seu direito democrático de voto nas decisões da igreja.
O pastor que preside a assembléia deve se pautar de toda a imparcialidade, se limitando a exposição dos assuntos a serem votados, sem expressar o seu ponto de vista. Deste modo o pastor não deve expressar a sua opinião pessoal, para que não venha influenciar nas decisões. A posição do presidente manifestada em algumas discussões poderá inibir pessoas que porventura estariam pensando diferentemente dele, a não ser que a assembléia deseje ouvir a sua posição.
O pastor não deve agir com autoritarismo, pelo contrário deve ser aberto, transparente e democrático dando toda margem para que a assembléia decida com toda a liberdade.
O método de votação não deve ser secreto, mas transparente de modo que todos possam assumir pelas suas decisões diante da igreja e de Cristo do qual é serva. Nada de votação do tipo os que são a favor levantem as mãos.. E, os contrários fiquem de pé. Este tipo de condução nas votações inibe os que são contrários, porque se apresentar de pé, tem ficado provado que é constrangedor. A tendência nestes casos é a pessoa se manter neutra, não expressando a sua vontade, para não se sentir envergonhada diante da maioria. É bom que se diga que em muitas votações ou em muitas eleições, nem sempre a maioria tem razão. Pode ocorrer que a minoria esteja agindo com maior equilíbrio e com maior conhecimento de causa.

2. DIRETORIA DA IGREJA

A Diretoria da Igreja é eleita normalmente ao final de cada ano, em assembléia ordinária, convocada para esta finalidade, cujo mandato vigerá para o exercício do ano seguinte. É constituída basicamente de Presidente e Vice-Presidente; 1º e 2º Tesoureiros; 1º e 2º Secretários; Conselho Fiscal, que é constituído de um Relator e dois membros auxiliares.
Em algumas denominações evangélicas o Vice-Presidente é também denominado de Vice-Moderador.
Acrescentam-se à diretoria acima, os Presidentes ou Diretores dos demais Departamentos da Igreja. Por exemplo: Diretor do Departamento de Missões, Diretor de Evangelismo, Diretor da Escola Bíblica Dominical, Diretor de Patrimônio, Diretor de Música, Diretor de Som e Imagem etc.
Uma vez tomado posse, a nova diretoria está apta a exercer o seu trabalho sob o comando do seu Presidente, que é o Pastor da Igreja. A Diretoria tem função primordial para o bom exercício da missão e dos ministérios da Igreja. Sem uma Diretoria unida e coerente com os ensinos da Palavra de Deus, é impossível dar-se boa condução aos negócios do Reino de Deus na terra.

3. MISSÃO DA IGREJA

Ao nosso ver existem dois fatores principais pelos quais podemos afirmar que a missão da igreja são: a adoração e a proclamação, que veremos mais detalhadamente a seguir.

3.1 ADORAÇÃO

A adoração, é um dos principais fundamentos da existência da igreja. Quando a igreja presta culto a Deus, ela se oferece em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que o Apóstolo Paulo disse tratar-se do culto racional (Rom 12:1). A igreja não deve se conformar com o mundo, mas deve transformar-se a cada dia pela renovação do entendimento, de modo que possa experimentar como é boa, agradável e perfeita a vontade de Deus. (Rom. 12:2). De modo que a adoração é uma das razões da própria existência da Igreja. Segundo a Bíblia Deus criou o homem para o louvor da sua glória, contudo o pecado afastou o homem de Deus, frustrando os propósitos do Criador no Jardim do Éden.
Em Cristo, o homem se reconcilia novamente com Deus, e uma vez restaurado e reconciliado, o homem deve glorificar ao Senhor e somente a Ele prestar um verdadeiro, e sincero louvor. É preciso que os verdadeiros adoradores, adorem ao Senhor em Espírito e em verdade. Adorar e prestar culto racional ao Senhor é a mais fundamental das missões. Quando dizemos que a Igreja está cultuando ao Senhor, equivale dizer que o corpo de Cristo está glorificando a Deus “o Pai”. “Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Heb. 13:15).

3.1.1 Ministério do Culto

“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Cor. 14:40). O culto cristão deve ser pautado com toda a decência e acima de tudo com ordem. Algumas denominações, não tem atinado para a seriedade do culto que deve ser prestado ao Senhor, e muitas vezes tem deixado muito a desejar em matéria de organização e reverência. Devemos tratar a obra do Senhor com toda a seriedade e com todo o zelo.

3.1.1.1 Serviço de Comunicação

A comunicação deve ser clara e transparente nos cultos da igreja. Muitas recorrem ao sistema de boletins, que ao meu ver é muito interessante e mais apropriado. A grande vantagem dos boletins é que as pessoas podem ter em suas mãos em qualquer momento na igreja ou em casa, a programação da igreja, para as atividades durante a semana. Quando as informações ou avisos à igreja são feitas diretamente do púlpito, costumam ser cansativos, desinteressantes e demorados, muitas vezes postergando o término do culto, uma vez que ficam sempre para o final. A vantagem neste tipo de comunicação é que a pessoa que comunica tem a vantagem de enfatizar bastante o assunto. Por outro lado tem a desvantagem de haver ruído em sua comunicação, não somente provocando distorções nas informações, como também, esquecimento por parte das pessoas ao saírem do templo.

3.1.1.2 Serviço de Som

O serviço de som deve estar em perfeita sintonia com o ambiente acústico do templo, por mais simples que ele seja. Deve ser preparado antes do início dos cultos, principalmente a afinação de instrumentos, para que se evite quaisquer transtornos durante o início dos trabalhos. As igrejas devem incluir em seus orçamentos a manutenção e melhora de seus equipamentos de som, por ser o principal instrumento para a comunicação no templo.

3.1.1.3 Serviço de Ornamentação

A ornamentação do templo é muito importante. Jarros, flores, caqueiros, plantas etc, dá um caráter saudável ao ambiente cristão. Na maioria das igrejas esta atividade fica a cargo das senhoras.

3.1.1.4 Serviço de Recepção e Introdução

A igreja não deve negligenciar a recepção das pessoas, e principalmente dos visitantes. Alguns irmãos são suficientes para darem as boas vindas aos que estão chegando, e para introduzirem às pessoas para as suas devidas acomodações durante os cultos. Ao término do culto igualmente faz-se imperiosa a necessidade da presença do pastor na entrada do templo, para despedir-se dos membros da igreja e dos visitantes.

3.2 PROCLAMAÇÃO

Quando a igreja proclama o Reino de Deus, ela está obedecendo ao mandado de Jesus, que ao falar aos onze discípulos na Galiléia, disse: “…É me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, ensinai as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; Ensinado-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Assim seja feito)” (Mat. 28:16-20). Proclamar o evangelho, é manter-se ao alcance da promessa de Cristo, de estar com a igreja, até a consumação dos séculos. O livro de Atos dos Apóstolos, registra o último encontro de Jesus com os onze. Nesta oportunidade, Jesus, recomendou-lhes que permanecessem em Jerusalém, à espera do Consolador, que Ele haveria de enviar da parte do Pai. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (Atos 1:8)”. Em seguida, Jesus sobe para os céus na presença de seus discípulos, deixando esta recomendação mais uma vez, de que, a igreja deve primar pela proclamação do evangelho. A proclamação virá sempre em primeiro lugar, se antecedendo a adoração na ordem dos fatores da missão da igreja. Somente pessoas convertidas, regeneradas e restauradas pelo sangue de Cristo poderão adentrar no Santo dos Santos e adorar a Deus em espírito e em verdade.
Jesus mencionou mais a proclamação do evangelho do que a própria adoração, praticamente a adoração como ensino de Jesus tem poucos registros. No encontro com a mulher samaritana Jesus foi abordado por ela sobre a questão da adoração. “…Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”. (João 4:20). Tendo Jesus se manifestado sobre o assunto, dizendo: “…a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém se deve adorar. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (João 4:21-24). É, interessante notar, que em seguida, a mulher samaritana faz uma confissão de fé, dizendo que acredita que quando o Messias vier, Ele anunciaria tudo. E, Jesus faz pela primeira vez, a grande confissão de seu ministério. A mulher crê pela fé, que o Messias anunciará tudo. E, Jesus, o Messias, diz: Eu sou, eu que falo contigo” (João 4:25-26).
É importante mencionar que em Mateus 28, Jesus disse ter todo o poder no céu e na terra, motivo pelo qual outorgava-lhe o direito de enviar os discípulos por todo o mundo para proclamar o evangelho ensinando-o a todas as nações. Já em Atos, Jesus afirma que os discípulos receberiam a virtude ao descer sobre eles o Espírito Santo. Em algumas traduções diz que os discípulos receberiam “o poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Fica bem claro que antes do pentecoste o poder estava tão somente sobre Jesus. Agora, não. Agora o poder para proclamar o evangelho já está sobre a sua igreja. “Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mat 10:19).

3.2.1 Ministério da Evangelização

Evangelizar, é obedecer a grande comissão de Mateus 28:18. A igreja deve ter a evangelização como algo prioritário. Deve ser a grande meta e objetivo da igreja, evangelizar a tempo e a fora de tempo (II Tim. 4:2). É necessário portanto que todo o corpo de Cristo abrace esse ideal que é apresentar a salvação a um mundo sem Deus e sem salvação. Em Mateus 9:35-38, relata que Jesus depois de percorrer cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas dos judeus, pregando e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo, vendo a multidão, teve grande compaixão, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não tem pastor. A pergunta que fazemos é esta: mudou muita coisa de lá para cá? Não são em nossos dias as mesmas multidões? Claro que sim e agora muito maiores. “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9:4).

3.2.1.1 Serviço de Evangelização Dominical

Este serviço pode ser feito de diversas maneiras: Cultos ao ar-livre em locais previamente marcados. Visitando hospitais, presídios, pessoas interessadas ao evangelho. Distribuindo folhetos e convidando pessoas.

3.2.1.2 Serviço de divulgação

Esta tarefa consiste em divulgar à comunidade os trabalhos e eventos da igreja, através de faixas, cartazes, folhetos, convites etc.

3.2.1.3 Serviço de Expansão

A igreja deve estar preocupada com a sua expansão, criando espaços para novas frentes evangelísticas e missionárias. Enviando e sustentando obreiros de modo que o Reino de Deus se propague em todos os cantos e recantos.

3.2.1.4 Serviço de Integração

A igreja deve estar totalmente integrada, tanto interiormente como exteriormente. Diria que interiormente todos os departamentos da igreja devem gozar de santa comunhão. Perfeitamente integrados, como membros do corpo de Cristo. Exteriormente, deve ter atuação ímpar, de modo que seja a luz do mundo, e o sal da terra, como Jesus se referiu. Devemos manter boas relações com a comunidade onde estamos inseridos, com as autoridades constituídas e com as demais denominações que nos cercam. Não devemos participar do mundo, contudo devemos nos identificar com ele. É tendo empatia com o mundo, que nos identificamos com o ele, tomando conhecimento de seus problemas, de suas dificuldades, das suas dores, dos seus anseios, e das suas angústias. É diante do mundo, que a igreja terá a oportunidade de testemunhar de Cristo de tal modo que o mundo veja em cada crente um discípulo autêntico. E o que é o discípulo? Discípulo é aquele que se parece com o seu mestre. Assim, cada crente deve parecer-se com Jesus.

3.3 ENSINO

O ensino na igreja é fundamental. Muitas igrejas se acham anêmicas espiritualmente, porque não tem dado ênfase ao estudo da Palavra. Por falta de Profeta o povo se corrompe. O crente que não conhece a Bíblia, está propenso a deixar-se levar por qualquer vento de doutrina que passa. O apóstolo Paulo tinha grande preocupação com relação a questão do ensino. Em Romanos 12:7, ele chamou a atenção escrevendo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino”.

3.3.1 Ministério da Educação Cristã

O ministério da educação cristã está associado com o ensino da Palavra de Deus no seio da igreja. Deste modo, é preciso que se tenha obreiros devidamente preparados e treinados para o exercício deste ministério.

3.3.1.1 Escola Bíblica Dominical

A Escola Bíblica Dominical, tem como meta fundamental o ensino da Palavra de Deus. Ultimamente, temos visto e ouvido de muito descaso nesta área, por parte de algumas denominações. Preocupados com o esvaziamento da escola bíblica, muitos grupos tem conclamado congressos e simpósios, para tratar do assunto, com vistas a ter-se uma sensível melhora nesta área. Sabemos que os problemas na área da Escola Bíblica Dominical são muitos, e envolvem muitas questões. A freqüência à escola dominical tem caído muito nos últimos anos, e de acordo com os dados estatísticos, se acha em torno de 50 a 60% de freqüentadores. A qualidade do ensino tem caído quase na mesma proporção. É preciso motivar as pessoas, para que realmente sintam necessidades da busca de conhecimento da Palavra. Devemos dar prioridade ao ensino bíblico em nossas igrejas.
Há igrejas evangélicas que tem substituído os assuntos inerentes a Bíblica por assuntos seculares, o que ao meu ver tem sido um instrumento de desmotivação de parte considerável de membros, que preferem unicamente e com toda razão o estudo da Palavra. A Escola Bíblica Dominical, como o próprio nome sugere, nasceu da necessidade de melhor conhecimento da Bíblia e por conseqüência natural de Deus. Pressupõe o estudo da Bíblia, logo a Bíblia deve ser o seu livro texto em qualquer situação. Quando se estuda a Bíblia de Gênesis a Apocalipse, se trás a tona todos os problemas que envolvem o ser humano e à luz da Palavra revelada de Deus, qual a Sua vontade para o homem.

3.3.1.2 Escola de Treinamento e Missões

Deve ser dado ênfase ao treinamento de pessoas vocacionadas para o ministério missionário, oferecendo-lhes condições favoráveis para o seu devido preparo. A igreja deve encaminhar os seus candidatos as faculdades teológicas para melhor se prepararem para exercer o ministério de missões transculturais. Devemos ajudar em oração e financeiramente. Uma vez completado o curso teológico, o novo bacharel estará pronto para ser enviado ao campo missionário.

3.3.1.3 Escola de Música

A maioria das igrejas tem negligenciado a área de música. A igreja não prepara seus músicos. A maioria dos nossos músicos são jovens dotados, que se desenvolvem praticamente sozinhos ou com a ajuda de algum músico. Isto não é tudo, devemos criar espaços para os vocacionados, oferecendo-lhes condições favoráveis para se desenvolverem musicalmente, inclusive custeando os seus cursos. Devemos dotar a igreja dos instrumentos musicais, e da reposição e manutenção destes instrumentos.

3.4 UNIÃO

A união ou comunhão na igreja é primordial, pelo que Jesus rogou ao Pai, dizendo: “… Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os tens amado a eles como me tens amado a mim (João 17:21-23). Este é o grande ensino de Jesus acerca da comunhão, e esta deve ser a grande meta da igreja de Jesus.
Só há uma maneira do mundo crer que Deus enviou Jesus, se formos um com Ele, assim como Ele é um com o Pai.
Só há uma maneira do mundo conhecer que Deus enviou a Jesus, se Jesus estiver em nós, assim como o Pai está em Jesus, se formos perfeitos em unidade, assim como Jesus é perfeito em unidade com o Pai.

3.4.1 Ministério Pastoral

O pastor é o líder da igreja, e como tal, deve ter uma vida exemplar diante de Deus, e dos homens, de modo que a igreja possa ver em seu pastor, um exemplo de servo de Cristo. Ele deve treinar, e equipar os santos para melhor servirem a causa de Deus. O pastor deve ser paciente, longânimo, amoroso, e acima de tudo preparado para ensinar, exortar e edificar a igreja em Cristo.

3.4.1.1 Serviço de Assistência

O pastor deve dar toda assistência as ovelhas do rebanho, seja qual for a situação. “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente; cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:13-15)”. Este texto, dá indicação bastante clara, do modo como a igreja como todo deve se conduzir; principalmente os líderes e aí se inclui o pastor.

3.4.1.2 Serviço de Comunicação

Todo o crente em Jesus Cristo, é um porta-voz de Deus. “Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe 2:9). A comunicação é um seguimento dentre as atividades do ministério pastoral. O pastor como presidente e líder da igreja, é o porta-voz número um junto à igreja local, bem como junto à comunidade, e junto às autoridades constituídas, tanto civis e militares, como eclesiásticas etc.

3.5 SERVIÇO

A diaconia nasceu nos primórdios da igreja cristã diante da necessidade de ter-se pessoas que cuidassem do serviço das mesas. “…Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas (Atos 6:2-3). A recomendação para a escolha foi a de que deviam ser escolhidos, irmãos, dentre eles, em número de sete, varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, os quais seriam encarregados do importante negócio, que era servir às mesas. Os escolhidos foram então apresentados aos apóstolos, os quais receberam a imposição de mãos. (Atos 6:6)”.

3.5.1 Ministério Diaconal

Em nossas igrejas, as atividades do diaconato, estão atuando nos seguimentos de preparação da Ceia do Senhor, na assistência às famílias carentes da igreja, no apoio ao ministério pastoral, na ajuda aos demais obreiros e aos missionários no campo. Ajudando-os em oração, no fornecimento de cestas de alimentos, fornecimento de roupas, calçados etc. O corpo diaconal também se preocupa com a organização dos cultos de aniversário do pastor, do dia do pastor, dia da Bíblia, dia das mães, dia dos pais etc.

3.5.1.1 Serviço de Administração Econômica e Financeira

A administração da economia e das finanças da igreja passam pela aprovação da assembléia. Em algumas igrejas a diretoria faz uma prévia dos principais assuntos a serem discutidos e tratados nas assembléias. A igreja deve ter seu orçamento organizado de modo que haja equilibrio entre as receitas ou entradas de dízimos e ofertas, e as despesas. Algumas despesas por serem rotineiras não precisam passar pelas assembléias, ou por se tratar de valores insignificantes ou por terem sido definidas em reuniões anteriores, mas as mais importantes ou de valores significativos necessitam de aprovação.
As contas de depósitos ou de aplicações da igreja devem ser movimentadas pelo presidente da igreja (pastor) e pelo tesoureiro (1º tesoureiro). As finanças da igreja devem ser direcionadas no sustento dos obreiros, aí incluído o pastor, nas demais despesas administrativas, encargos sociais, na expansão do evangelho (evangelismo e missões), na melhoria da qualidade do ensino da Palavra de Deus: doação de Bíblias. Na aquisição de jornais e revistas evangélicos; literaturas; investimento em livros para a biblioteca, sempre buscando o crescimento e a edificação do verdadeiro templo de Deus que é o homem. Deve-se também destinar-se recursos para a manutenção do patrimônio mobiliário e imobiliário etc.

3.5.1.2 Serviço de Administração Patrimonial

De acordo com o porte da igreja é necessário ter-se um diretor de patrimônio, que será o responsável pela administração, preservação e zelo dos bens, aí incluídos, móveis, instrumentos musicais, imóveis etc. Para o bom desempenho deste departamento é necessário que a igreja inclua em seu orçamento verba destinadas a eventuais necessidades deste seguimento.

3.5.1.3 Serviço de Promoção da Mordomia

Devemos conscientizar as nossas igrejas para a necessidade de colocarmos à disposição da obra de Deus, não somente a nossa vida que é oferecida em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, como mencionou o apóstolo Paulo em Romanos 12:1, mas também todos os nossos bens. Desta forma estaremos sendo fiéis mordomos de tudo que Deus tem colocado em nossas mãos.

3.5.1.4 Serviço de Ação Social

A ação social deve ser uma das prioridades da igreja. Não dá para ficarmos de braços cruzados, enquanto diversos seguimentos religiosos já estão trabalhando nesta área há alguns anos.
O país está passando por momentos de dificuldades econômicas e sociais. A recessão, o desemprego, a fome, o extermínio de crianças de rua e a miséria, associados ao analfabetismo e ao descaso das autoridades. Este clamor da pátria tem chegado aos ouvidos da igreja e ao coração de Deus. Precisamos fazer alguma coisa. A igreja deve criar os meios necessários para a implantação de atividades de ação social, a médio e longo prazo. A curto prazo devemos fazer alguma coisa à nível de serviço social para amenizar as dores dos que sofrem, para que naquele glorioso dia possamos ouvir do Mestre: “ Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo: Porque tive fome e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; estive na prisão, e fostes ver-me (Mat. 25:34-36).

Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia