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As parábolas da ovelha e do dracma perdidos

AS PARÁBOLAS DA OVELHA E DO DRACMA PERDIDOS
Lucas 15:3-10

Segundo o relato de Lucas, os fariseus e os escribas estavam murmurando acerca do comportamento de Jesus por receber em sua companhia publicanos e pecadores, e com eles compartilhar principalmente a comida (Lc 15:1-3), já que os praticantes da Religião Judaica evitavam o relacionamento com esse tipo de gente. Acontece, que no contexto histórico e religioso em que Jesus estava atuando na implantação do Reino de Deus, era inevitável o confronto com estes líderes religiosos.
Para entendermos o que levou Jesus a proferir as duas parábolas, precisamos saber quem eram as pessoas que pertenciam a esses grupos, como se originaram e como agiam.
Haviam três grupos distintos: os Fariseus e os Escribas, que eram líderes da Religião Judaica e os Publicanos que eram repudiadas pelo povo judeu porque os julgavam pecadores. Os dois primeiros grupos, acusavam-no de estar com o terceiro, por acharem que os Publicanos não merecedoras de nenhum favor de Deus.
Assim, os Fariseus cujo nome significa “Separatistas”, surgiu quando o Remanescente do povo judeu retornou para a Judéia depois do Exílio. O objetivo dos Fariseus, era reconstruir a comunidade judaica como Nação dedicada ao Senhor pela observância da Lei.
Com a influência crescente do sumo sacerdote, tornou-se um cargo ambicioso, pensando mais em vantagens políticas do que em responsabilidades espirituais. Nos tempos de Jesus esse grupo era considerado a seita mais numerosa, poderosa e influente. Eram legalistas rigorosos. Defendiam a rígida observância da letra, das formas da Lei e das tradições. Embora existissem alguns homens bons no meio deles, na sua maioria eram conhecidos pela cobiça, crueldade, justiça própria e hipocrisia.
Os Escribas, eram copistas dos textos sagrados e mestres encarregados de ensinar a Lei. O escribismo desenvolveu-se durante o cativeiro babilônico. Eram peritos profissionais na interpretação e aplicação da Lei, e em outras Escrituras do Velho Testamento.
Com a multiplicação das tradições orais e a introdução de um sistema de interpretação e exposição das Escrituras, os Escribas, passo a passo, foram levados a conclusões que teriam horrorizado os primeiros representantes da ordem. A relação entre a lei moral e o cerimonial foi esquecida e invertida. O estudo das Escritura em si tornou-se uma obsessão para com as minúcias, até nas sílabas e letras, sendo que a idolatria da letra destruía a reverência em que ela tivera a sua origem. Esse foi um dos motivos, que levou Jesus a condenar essa super-veneração da “tradição” dos homens (Mc 7:7-8).
Quanto aos Publicanos, não constituíam nenhum partido político e muito menos religioso, pelo fato de serem tidos como traidores da pátria. Isto porque, prestavam serviços ao Império Romano como Cobradores de Impostos. Eram odiados pelos Judeus, principalmente pelos Fariseus e Escribas que os reputavam como pecadores, no mesmo nível das meretrizes (Mt 9:10; 21; 31; Mc 2:15).
A murmuração, em parte, se concentrava no fato de Jesus estar na companhia de publicanos como Mateus, que foi salvo e tornou-se um apóstolo (Mt 9:9) e, de se hospedar e comer na casa de Zaqueu que também era um cobrador de impostos a quem também salvou. (Lc 19:1-10).
Assim, Jesus demonstrava ser amigo dos publicanos, salvando-os e se hospedando-se com eles. Motivos suficientes para dar lugar a murmuração dos fariseus e escribas que achavam publicanos e pecadores desprezíveis e distantes de Deus. Como se Deus não fosse misericordioso em Cristo, para salvar todos os pecadores. Consideravam uma blasfêmia alguém que operava milagres e maravilhas em nome de Deus, se achar misturado com Cobradores de Impostos, pecadores e prostitutas.
Jesus proferiu estas duas parábolas e mais a parábola do Filho Pródigo, em três histórias distintas e possíveis no mundo real para transmitir verdades e ensinos eternos. Onde mostra que a misericórdia e o amor de Deus são infinitos e transcendem o nosso entendimento. Deste modo, publicanos e pecadores, pessoas que eram consideradas alijadas do amor de Deus, e portanto merecedores dos rigores da Lei e sobre os quais deveria recair a ira e o castigo Deus, não podiam estar juntos a Jesus que se dizia enviado de Deus para salvar o mundo.
Mas, justamente aí, estava o grande engano. Jesus veio para salvar todo aquele que se havia perdido em seus delitos e pecados. E como tal, nada mais justo do que ir em busca destas pessoas para manifestar-lhes o amor de Deus.
Ao proferir a parábola da ovelha perdida, Jesus contou para os seus ouvintes que um pastor ao contar o seu rebanho ainda no deserto, verificou que estava faltando uma ovelha de suas cem ovelhas. O homem tinha cem ovelhas, mas acabando de contar-lhes tinha somente noventa e nove. Ele não tinha mais uma centena de ovelhas porque lhe faltava uma. Aquele homem se orgulhava de sua centena de ovelhas. Ele tinha intimidade com o seu rebanho. Ele o conhecia. Tinha o cuidado de contá-las sempre que as remanejava para se certificar que suas cem ovelhas estavam presentes. Mas, quando verificou que lhe faltava uma, ficou desesperado e ansiosamente saindo depressa foi em busca daquela que se havia perdido. Jesus diz, que ele a achou e colocando-a sobre os seus ombros se encheu de júbilo, de alegria e de regozijo, porque a sua ovelha que estava perdida foi achada. Ao chegar em casa, este homem faz uma festa, convidando seus amigos e vizinhos para juntos se alegrarem, porque a sua ovelha foi achada. Ele tinha noventa e nove ovelhas e faltava somente uma. Uma ovelha não devia significar tanto para o fazendeiro porque ele tinha ainda as noventa e nove. Mas, não era assim que ele pensava. Ele pensava que o seu rebanho só estaria completo com as cem ovelhas. Ela era importante para ele porque completava o seu rebanho e dava-lhe prazer e regozijo possuir uma centena de ovelhas. As noventa e nove ovelhas não eram motivo de festa e regozijo naquele momento, mas a ovelha que estava perdida e foi achada. Essa sim, era motivo de grande alegria.
Jesus mostra então, que haverá grande regozijo no céu por um só pecador que se arrepende, de que para noventa e nove que não necessitem de arrependimento. Os noventa e nove já pertencem a Deus. Já fazem parte do Seu gozo eterno. Mas aquela alma que está perdida e se arrepende, entregando-se a Deus, é motivo de muito gozo e alegria. Assim, como um fazendeiro se alegra ao encontrar uma ovelha que se perdeu do rebanho, Deus o Pai Eterno, se alegra e se regozija ao encontrar um pecador perdido que se arrepende. Isto quer dizer que publicanos, pecadores e prostitutas, carecem da misericórdia e do amor de Deus. Este era o propósito que levava Jesus a amar estas pessoas e admitir a presença deles no seu circulo de amizades e discipulado. Os Fariseus e os Escribas não entendiam este propósito de Jesus, por isso murmuravam. Eles não necessitavam de Jesus, nem de serem buscados, porque não se arrependiam de seus delitos e pecados, a cegueira envolvia-lhes deixando-os sem o discernimento de que Jesus era o Filho de Deus. E como tal, estava em busca dos que precisavam de Deus e não dos que se julgavam justificados pela Lei que tão somente Jesus conseguiu cumprir. O que levava Fariseus e Escribas a seguir a Jesus, não era matar a sede de conhecer a Deus, mas de pegar Jesus em alguma falha para acusarem-no segundo os seus conceitos religiosos. Já os publicanos, pecadores e prostitutas seguiam a Jesus porque tinham sede de conhecer a Deus e seguir os seus ensinos.
A parábola da Dracma perdida segue o mesmo raciocínio. Qual a mulher que tendo dez Dracmas, perdendo uma, não varre a casa toda até encontrá-la e encontrando-a, não chama as suas vizinhas e amigas para se regozijarem com ela, porque tinha perdido uma Dracma e a achou. O Dracma era uma Moeda gregra de prata (Mateus 26:15). Quatro Dracmas formavam um Tetradracma. O Dracma é equivalente ao Denário que era uma moeda romana. Isso é tudo o que sabemos à respeito dessa Moeda. Mas, não há dúvida que era valiosíssima, se assim não o fosse, aquela mulher não chamaria as vizinhas e amigas para se regozijar de alegria por tê-la achado. Da mesma forma, a grande alegria nos céus quando um pecador se arrepende e é achado por Deus. Porque as 9 moedas nas mãos daquela mulher eram importantes, valiam muito e estavam presentes e seguras, mas no momento em que ela sentiu falta da décima, esta sim, passou a ser a mais importante e com sede foi buscada por toda a casa até ser achada. Agora, a mulher estava feliz por haver recomposto novamente as suas finanças de Dez Dracmas. Toda vez que o céu é recomposto, com pecadores remidos que estavam perdidos e são achados, há festa, regozijo e Deus é glorificado. Sempre que alguém reconhece que é pecador e se reconcilia com Deus por intermédio de Jesus há festa no céu.
Os fariseus e os escribas não entendiam nada do amor de Deus e de sua salvação em Cristo, motivo pelo qual, Jesus, proferiu as três parábolas para que eles entendessem que a alma do pecador importante para Deus. Em Lucas 19:10, Jesus confirma o que as parábolas já tinham expressado: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.

Augusto Bello de Souza Filho
Bel. em Teologia

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  1. xmc.pl

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