INSPIRAÇÃO, REVELAÇÃO E CÂNON

1. O FUNDAMENTAL
Cremos na inspiração divina do Velho Testamento. Muitas religiões se baseiam em documentos humanos. Por exemplo: o Livro dos Mórmons e os textos de Ellen White, que se apresenta como continuadora da Escritura. Cremos que Deus se revelou e inspirou os homens que escreveram o Velho Testamento. É algo sobrenatural. A falácia de “E a Bíblia Tinha Razão”, é uma tentativa de comprovar cientifica e empiricamente que a Bíblia de fato é um livro especial e que suas narrativas são verdadeiras;.

2. INSPIRAÇÃO
Traduzida da palavra grega: theopneustos que traduzido quer dizer soprada por Deus. No Latim: inspiro (para dentro). Deus soprou para dentro dos homens.

3. REVELAÇÃO
Traduzida da palavra grega: apokalipsis, quer quer dizer tirar o véu, a máscara. Jeremias, autor de “A Mensagem Central do Novo Testamento”, na página 114 diz: “A revelação é o conteúdo e a inspiração é o método”.

4. O CÂNON DO VELHO TESTAMENTO
A palavra Cânon significa “Régua de medir”, ou Padrão aferidor. Deste modo a Bíblia é o padrão aferidor que deve nortear a vida de todos os homens. Portanto, quando dizemos o Cânon do Velho Testamento estamos nos referindo ao conjunto dos livros do Velho Testamento. Como se formou? etc.

4.1 A fixação da lei
Houve anotações: Ex 24:4-7 e Dt 31:9-13 e 24. Não se sabe quando o Pentatêuco foi completado. Duas observações necessárias:
1ª – Não tratavam os escritos como nós. Há adições aos pontos fundamentais. Houve tradição oral. Cremos na mão de Deus. Assim, tudo foi testado e aprovado.
2ª – Duas vezes a nação declarou “obedeceremos ao livro desta lei”. Com Josias (II Rs 23:1-3 e II Cr 34:29-31) e com Esdras (Ne 8 a 10 – a primeira leitura durou 6 horas conforme Ne 8:3). O povo reconheceu vir de Deus.

4.2 A fixação dos profetas
O reconhecimento dos profetas anteriores. (Josué, Juízes, Samuel e Reis). Três fatores contribuíram: 1º) Descrevem o trato de Iavé com o povo escolhido; 2º ) Seguem o mesmo sentido da Lei; 3º) A autoridade dos escritores foi aceita (Dt 31:24 e Js 24:26).
O reconhecimento dos profetas posteriores. Tidos como autoritativos desde o início da circulação. Predições se cumpriram, como o desastre do exílio. Alguns profetas citam outros, dando-lhes autoridade (Dn 9:2).

4.3 A fixação dos escritos
Sem problemas. Alguns salmos eram usados nos cultos. Outros eram proféticos. Os livros de sabedoria foram aceitos como sendo Dom de Deus – I Rs 3:28). Por que Crônicas e não “As Guerras do Senhor” (Nm 21:14)? E o “Livro dos Justos” (Js 10:13)? Hoje, perdidos. Na época, foram utilizados como referência, contudo não foram incluídos no Cânon por algum motivo que desconhecemos.

4.4 O estabelecimento final do cânon
Segundo o historiador Josefo: na época de Esdras, tudo, desde a criação do mundo até Artaxerxes I (465-425 a.C.) já estava anotado (em Contra Apião).
Talmude: Os escribas de Ezequias escreveram Isaías, Provérbios, Cânticos e Eclesiastes. Os homens da grande congregação escreveram Os Doze, Daniel e Ester. Esdras escreveu seu livro e as genealogias de Crônicas. Neemias completou o livro de Esdras.
O livro de “IV Esdras”, um apocalipse judaico escrito no ano 100 d.C., portanto 30 anos depois da queda de Jerusalém que se verificou em 70 d.C., cujos relatos antigos dizia que Esdras estava na Babilônia e reclamou da queima dos livros da Lei. Conta-se então que Esdras divinamente inspirado pelo Espírito Santo, ditou, em 40 dias, 70 livros a 5 escribas. Contudo, este livro não mereceu crédito e não foi incluído no Cânon bíblico. Realmente, o ano de sua edição seria 557 a.C. e Esdras é de 458 (conforme. Esdras 7), mas mostra a visão dos judeus em ter Esdras como o compilador do cânon. Ele é mostrado como o novo Moisés.

BIBLIOGRAFIA

1. Goodspeed, Como nos Veio a Bíblia, Imprensa Metodista
2. Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento, Vida Nova
3. Rendtorff, A Formação do Antigo Testamento, Sinodal
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5. Benttencourt, Para Entender o Antigo Testamento, Santuário
6. Castanho, Iniciação à Leitura da Bíblia, Santuário
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