Textos, estudos e músicas.

Uma igreja velha! Quero uma igreja velha!

UMA IGREJA VELHA! QUERO UMA IGREJA VELHA!

“Intolerâncias” é o título de artigo de Mauro Santayana, no “Jornal do Brasil”, de 12 de outubro. Começa assim: “Um fiel ‘desequilibrado’ da Assembléia de Deus apedrejou a imagem de Nossa Senhora, durante a procissão do Círio de Nazaré, em Belém. O ‘bispo’ da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, esmurrou e chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em programa de televisão visto por milhões de pessoas, faz dez anos hoje – e não era desequilibrado”.
Santayana segue: “Há mais ou menos um mês, outro ‘desequilibrado’ matou, a enxadadas, seus velhos patrões, um casal de japoneses, em chácara de Brasília. De acordo com as testemunhas, o assassino, convertido há alguns meses à mesma Igreja Universal, sentiu-se incumbido, pelo pastor, de ‘retirar os demônios’ do corpo dos anciãos.
Atemorizados, os patrões o despediram. Matou primeiro a patroa, e depois o patrão, a pedradas e a enxadadas, gritando que o fazia ’em nome do Senhor’. A Polícia fechou a igreja local”.
Não me direciono, aqui, contra a Universal. Creio serem coincidências os episódios em que ela é citada. A questão é outra. No passado, éramos chamados de “crentes” e éramos respeitados. Eu tinha 16 anos, trabalhava num escritório, na 7 de Setembro, no Rio. Numa noite, roubaram o cofre da empresa. A polícia veio investigar. Fim do expediente, eu precisava sair porque estudava. Um policial disse: “Deixa o menino ir. Ele é crente e crente não faz isso”.
Não era eu, como pessoa. Eram os crentes. Acima de suspeita. Depois viramos “evangélicos”. Alguns são “gospel”. Ora, vão para os Estados Unidos! Mas quando éramos respeitados, o caráter era trabalhado em nossas igrejas.
A ênfase mudou. Passou a ser o poder espiritual. Daí para o poder material e político foi um passo, porque não era o quebrantamento espiritual, mas poder espiritual para dominar. Nesta busca de poder, o que nos limitava foi posto de lado, pouco a pouco, a Bíblia. Porque ela estabelece padrões e limites.
Foi substituída por uma enxurrada de revelações, de profecias, de era do Espírito, onde líderes nem sempre sensatos fogem ao controle das Escrituras e ditam sua visão pessoal como palavra divina. O senso crítico se esvaiu. De pastor passou-se a bispo. De bispo a primaz. De primaz a apóstolo. De apóstolo a pai apóstolo. Uma megalomania que evidencia desequilíbrio gravíssimo. Como há desequilibrados em nossas igrejas! O evangelho produz saúde, não doença! Quem chama à sanidade espiritual emocional é frio, ressentido porque o rebanho não cresce.
A ética cedeu à celebração. Vale mais o culto festivo que o culto reflexivo, de análise da vida diante de Deus, de conserto, de afirmação de valores.
O narcisismo é chocante. Pasmei num congresso em que preguei. Um típico programa de auditório: música pauleira e manipulação. A entrada do cantor em palco foi doentia. Luzes apagadas, rufar de instrumentos, luzes sobre ele, de cabeça baixa, até levantá-la em ar triunfal. E a gritaria. Senti-me fisicamente mal. E envergonhado. Não foi isso que
aprendi na Bíblia.
A Convenção Batista Brasileira, em excelente documento, pede um Brasil novo, à luz dos gravíssimos casos de corrupção no país. Mas junto com o Brasil novo precisamos clamar por “uma igreja velha”. Uma igreja velha, sim.
Uma igreja antiga. Uma igreja em que a Bíblia seja pregada, em que a crença no poder do Espírito para fazer a obra crescer nos leve a prescindir de atos desonestos, de manipulações e de extorsão na contribuição.
Uma igreja velha em que evangelizemos, e não agridamos. Em que aceitemos o crescimento dado pelo Espírito, e não o de “marketing”. Uma igreja velha, onde caráter seja mais importante que os nomes de figurões usados para adornar a igreja.
Uma igreja velha em que o evangelho não ceda lugar à convivência amiga, sem contestações e sem exigências, “porque precisamos atrair as pessoas”. Uma igreja velha que pregue Jesus e não política.
E que não chame de “alienados” os que pregam que “Jesus salva” e que só Jesus pode mudar o mundo. Que minha igreja, que aprendi a amar, seja uma igreja velha. Cheia de “crentes” e não de “gospéis” (céus!).
Se ela não quiser, este pastor maduro, que se sente “velho”, terá que buscar uma “igreja velha”. Mas está tão difícil achar crentes “velhos” e “igrejas velhas”!

Isaltino Gomes Coelho Filho

Anteriores

O nome Talita

Próximo

Comentários sobre o Templo de Ezequiel

  1. Nam ac nibh metus, vitae ultrices nunc. Sed euismod, urna quis tempor pharetra, urna nisi blandit dolor, ac pharetra orci dolor quis tortor. Devan Hoyt Ackler

  2. Very good article. I am experiencing some of these issues as well.. Kiersten Felike Raoul

  3. Pretty! This has been an extremely wonderful article. Thank you for supplying these details. Abra Asher Drice

  4. Way cool! Some very valid points! I appreciate you writing this write-up plus the rest of the site is really good.| Jessy Mano Bronson

  5. That they are. Funny how some stick and others just drift away. Kirstin Willi Sethrida

  6. Thankfulness to my father who stated to me on the topic of this webpage, this weblog is genuinely awesome. Riki Kasper Carolina

  7. Great article. Really looking forward to read more. Really Cool. Hannis Dennison Olivette

  8. admin

    I choose peace and you? What you choose?

  9. Twicsy

    Very nice post. I just stumbled upon your weblog and wanted to say that
    I’ve truly enjoyed surfing around your blog posts. In any case I will be subscribing to your rss feed and I hope you write
    again very soon!

  10. Hello,Happy everyday!

  11. https://gothammag.com/buy-tiktok-followers

    An intriguing discussion is definitely worth comment. I do
    believe that you ought to publish more about
    this topic, it may not be a taboo subject but usually folks don’t talk about these issues.
    To the next! Many thanks!!

    • admin

      Este texto que eu publiquei aqui no blog é de autoria do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho. Ele foi meu professor da matéria Antigo Testamento na Faculdade Teológica Batista de Brasília, entre 1991 e 1996. Já tem mais de dez anos que ele faleceu. Ele escreveu diversos livros, todos na língua Portuguesa. Foi um grande Teólogo brasileiro. Portanto, eu, por exemplo me dou por satisfeito ao ler este texto e não teria muita coisa a acrescentar. A verdade é que as novas denominações estão deixando a desejar e estão se perdendo pelo caminho da salvação quando implementam teologias sem o devido amparo da Palavra de Deus enganando-se e se deixando enganar. Verdadeiros falsos profetas de quem Jesus nos falou no Novo Testamento. Augusto Bello de Souza Filho, Bacharel em Teologia.

      This text that I published here on the blog is authored by Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho. He was my professor of the Old Testament subject at the Baptist Theological Faculty of Brasília, between 1991 and 1996. It has been more than ten years since he passed away. He wrote several books, all in the Portuguese language. He was a great Brazilian theologian. Therefore, I, for example, am satisfied with reading this text and would not have much to add. The truth is that the new denominations are leaving something to be desired and are getting lost along the path of salvation when they implement theologies without the proper support of the Word of God, deceiving themselves and allowing themselves to be deceived. True false prophets that Jesus told us about in the New Testament. You are welcome! God bless you! Augusto Bello de Souza Filho, Bachelor of Theology.

  12. 疫情终于结束了,哈哈哈!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén