APOCALIPSE/SÍNTESE

A chave deste livro encontra-se no versículo inicial. “Revelação de Jesus Cristo”. O propósito principal consiste em revelar o Senhor Jesus Cristo como o Redentor do mundo e Conquistador do mal, e apresentar de forma simbólica o programa mediante o qual ele desempenhará seu trabalho.
A estrutura do Apocalipse fundamenta-se em quatro grandes visões, cada uma das quais iniciada pela frase: “em espírito”, e contém um aspecto da pessoa de Cristo em sua capacidade de julgar o mundo.
O Apocalipse começa com cartas que o Senhor dirige às sete igrejas da era apostólica típicas das igrejas de todos os tempos. Nessas cartas ele expressa seus elogios e críticas, terminando com uma advertência e uma promessa.
Ao iniciar-se o quarto capitulo, o vidente é trasladado ao céu, onde contempla “as coisas que depois destas devem acontecer”(4:1). Mediante uma sucessão de juízos, selos, trombetas e taças de ira, a terra é castigada por seu pecado, iniciando-se o grande dia da ira de Deus. Não há indícios da duração do processo, mas parece que se acelera ao aproximar-se de seu fim.
A partir do capítulo 17 e até o capítulo 20 inclusive, temos uma vista pormenorizada da consumação da era. Representa-se o retorno de Cristo em glória com os exércitos do céu (19:11-21), o estabelecimento do reino e sua conclusão no juízo final do grande trono branco (20:1-15), e a criação de um novo mundo (21:1-8). A última visão é prolongamento da terceira, ao descrever com maior amplitude a natureza da cidade de Deus (21:9-22:5).
A conclusão do livro é um convite à devoção. Se Cristo vai retornar, a santidade e o trabalho são obrigatórios no que respeita a seu povo. A oração no final deve expressar o desejo de todo crente: “Amém. Ora vem, Senhor Jesus”(22:20).

AUTOR

Ao autor do livro de Apocalipse dá-se simplesmente o nome de João. Estava na ilha de Pátmos, onde se achava exilado por causa de sua fé cristã (1:4-9; 22:8) Era bem conhecido entre as igrejas da Ásia, e considerado “profeta”(22:9). Justino Mártir (cerca do ano 135 d.C.) e Irineu (cerca do ano 180 d.C.), citaram verbalmente este livro, atribuindo-o a João, um apóstolo de Cristo. Dado que sua linguagem é tão diferente do evangelho segundo São João, alguns intérpretes da Bíblia, pensam que não foi escrito pela mesma pessoa. Contudo, o pensamento conservador atribui a João, filho de Zebedeu, a escritura deste livro, por volta do ano 95 d.C., durante o governo de Domiciano.

Merrill C. Tenney
Doutor em Filosofia e Letras