VIVER É CRISTO, MORRER É LUCRO

Autora: Andréia Rocha Bello

“Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo, sim, e me regozijarei; porque sei que isto me resultará em salvação, pela vossa súplica e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha ardente expectativa e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; todavia, por causa de vós, julgo mais necessário permanecer na carne.” Filipenses 1:18 a 24
A morte é realmente algo incompreensível. Mesmo para nós, que estamos em Cristo, é difícil entender e aceitar que hoje estamos aqui, nesta terra, mas amanhã, poderemos não estar mais. Quantos cristãos têm medo da morte, não é verdade? Seja a sua própria morte ou a morte de um ente querido. Talvez seja porque a morte é algo que não está sob o nosso controle. E tudo que foge ao nosso controle é assustador.
Recebi hoje a notícia da morte de um pastor que eu admirava bastante. Não tive muito contato com ele, mas gostava muito de ouvir suas mensagens. Naturalmente, fiquei triste com isso, principalmente por ele ter partido com apenas 41 anos de idade.
Enquanto pensava na efemeridade da vida, lembrei-me desse texto de Filipenses. Em outras palavras, Paulo diz que não tem medo da morte; de fato, para ele, morrer era sobremodo vantajoso, pois a morte o levaria aos braços do Pai. Ele tinha certeza da sua salvação e sabia que o que Deus tinha preparado para os que O amam é incomparavelmente melhor que o que esta vida pode oferecer. Ele diz também que, apesar de a morte ser melhor, se seus anos de vida se refletissem em frutos para o reino, ele preferiria “permanecer na carne”.
É incrível o raciocínio de Paulo! A vida que ele vive não é dele, mas sim, a vida de Cristo. Por isso, ele diz: “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” e, ainda, “para mim o viver é Cristo”. (Gálatas 2:20). Então, Paulo está dizendo que, enquanto estivesse vivo, sua vida seria para Cristo, como, de fato, foi.
Porém, a morte seria lucro para ele. Daí sua dúvida: ele queria ser útil para o reino de Deus, mas tinha consciência plena de que a morte traria muito mais benefícios para ele.
O meu desejo é de, a cada dia, ter essa mesma consciência do apóstolo Paulo acerca da morte. Pois, só quando entendermos, verdadeiramente, que estamos aqui com o propósito específico de sermos úteis para o reino e que, quando esse propósito tiver sido completamente realizado, será a nossa hora de partir, não temeremos mais a morte. Teremos paz quando alguém querido falecer, pois temos a esperança de vida eterna! Teremos também ansiedade por fazer tudo para o que Cristo nos designou, a fim de ganharmos vidas para Ele, pois certamente não existe coisa pior do que ver alguém falecer sem conhecer a Cristo de verdade. Teremos consciência do nosso ministério e da nossa função nesta terra.
Deus nos colocou aqui com um objetivo específico; basta a nós cumprirmos a Sua vontade e aguardarmos o tempo certo para o nosso retorno para Ele, em definitivo.
“Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce. Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais. Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos, sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem.” Salmo 103:15 a 18.