A SALVAÇÃO É PARA TODOS

Antes de criar o homem Deus preparou a natureza para recebê-lo com plenas condições de acolher o ser que seria “a coroa da criação”, da forma como uma mãe prepara o enxoval para o filho que vai nascer. O pastor Charles Allen diz que antes de criar o homem, Deus colocou fertilidade no solo e vida nas sementes. Sabe-se que os vegetais assumem a condição de produtor, isto é, a origem da cadeia alimentar que sustenta seres herbívoros tanto quanto os carnívoros. Tudo isso Deus fez para acolher o ser humano indistintamente, independente de qualquer variável étnica. No projeto de Deus, o objeto e objetivo principal e único é o ser humano, mesmo depois de sua desobediência e queda. Tudo Deus fez e criou para que o ser formado à Sua imagem e semelhança vivesse em estreita parceria com Ele. Mesmo depois da queda e das penalidades aplicadas a todos os envolvidos, inclusive à natureza, Deus continuou cuidando da sua criação, oportunizando restauração ou o convívio com a nova realidade. Agora, o projeto da criação dá lugar ao projeto de restauração do homem, de forma plenamente inclusiva. Nenhum ser humano está fora do projeto de inclusão total de Deus, a menos que recuse a Sua Graça. A Bíblia fala disso de forma enfática porque a vinda e o ministério terreno de Jesus, sequenciada pela ação do Espírito Santo, busca a culminância desse projeto: a salvação de TODOS os homens. Assim diz Paulo, dirigindo-se a Tito: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a TODOS os homens” (Tito 2:11).
Ainda no Antigo Testamento Deus convida a todos, através do profeta Isaías: “Ó vós TODOS que tendes sede… vinde e comprai sem dinheiro e sem preço vinho e leite”. Todos, indistintamente, são convidados a se apropriarem, de graça, da Graça de Deus (Is.55:1).
No capítulo 10 do livro de Atos Lucas narra o encontro de Pedro com Cornélio e, no versículo 34 o apóstolo que acompanhou passo a passo o ministério de Jesus e testemunhou sua ressurreição, agora (só agora) convencido da dimensão do amor de Deus para com raça humana, declara: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas”. Também, nessa direção e pela mesma razão declarada por Pedro, Tiago recomenda que não devemos fazer acepção de pessoas (cap. 2). Esta postura inadequada para os padrões cristãos motivou a instituição dos diáconos, conforme registro em Atos 6.
O evangelista João parece arrematar de forma conclusiva este tema quando afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que TODO AQUELE que Nele crer não pereça mas tenha vida eterna” (João 3:16). Deixa claro que o projeto de inclusão de Deus exige apenas uma condição: receber a Jesus, crendo e constituindo-O como Salvador e Senhor. A parte difícil e dolorosa desse projeto coube a Deus; ao homem cabe apenas crer, negar-se a si mesmo e obedecer. O mesmo evangelista anuncia a universalização de Jesus quando diz que “a TODOS quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus…” (João 1:11). Além destas citações o próprio Jesus, em várias ocasiões, estendeu Seu convite a TODOS que se sentem cansados, oprimidos, enfermos, perturbados e que necessitam de alívio (não bens materiais) – Mat.11:28.
Escrevendo aos efésios sobre a unidade da Igreja Paulo refere-se a “um só Deus e Pai de TODOS, o qual é sobre TODOS e por TODOS e em TODOS” (Ef.4:6). Significa que Deus é Senhor e Pai de TODOS que, pela fé, recebem a Jesus como Salvador e Senhor.
A Deus, toda honra e toda glória.

José Fidelcino dos Santos
Janeiro de 2012