Textos, estudos e músicas.

Categoria: Sem classificação Page 2 of 28

O pastor e o ministro de música

O QUE TODO PASTOR DEVIA DIZER AO SEU MINISTRO DE MÚSICA

1) Exerça o seu ministério com a convicção de que Deus é soberano e digno de toda a adoração e nós, como seus filhos, devemos adorá-lo em reverência à sua presença entre nós, tendo a consciência de que com isso, estamos servindo ao Senhor.

2) Busque toda a sua inspiração para a atividade musical da Igreja na Palavra de Deus, que nos mostra Deus e sua vontade, interpretada através da orientação do Espírito Santo, que nos usa como seus instrumentos proclamadores e deseja o nosso crescimento pessoal e Integração no corpo de Cristo.

3) Certique-se de que possui uma experiência genuína de conversão a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

4) Esteja integrado à vida da Igreja como mordomo fiel.

5) Não se esqueça de dar testemunho de uma nova vida com Cristo para os que estão de fora.

6) Cultive uma vida devocional à altura de um cristão autêntico, baseada na prática regular da oração e da leitura da Bíblia.

7) Tenha consciência plena de que o seu ministério visa unicamente conduzir a Igreja à adoração a Deus como Senhor soberano, como parte de nosso serviço cristão, procurando fazê-lo através das mais diversas formas e expressões musicais convenientes à ética cristã, de maneira cada vez mais eficiente.

8) Tenha como pressupostos de seu trabalho: a concepção da soberania de Deus, em que Ele é o Pai, Senhor e Criador e, nós, seus filhos, servos e criatura; o o entendimento de que a Bíblia, como a Palavra de Deus, é a nossa fonte de inspiração; a compreensão de que a música sacra é aquela que trata das verdades bíblicas, cuja melodia conduz a um encontro genuíno com o Senhor, independente de seu estilo; a constatação de que tanto Jesus quanto a igreja primitiva fizeram uso da música durante as suas celebrações; a compreensão de que adoração é reconhecimento e que, por isso, devemos fazer o melhor; o conceito de que a adoração pública é um forte instrumento de proclamação e de ensino; a certeza de que a adoração será o nosso serviço na eternidade.

9) Tenha como objetivos de seu ministério: estimular aos crentes de um modo geral a celebrarem a grandeza de Deus e sua soberania; conduzir os participantes de cada culto a se sentirem na Presença de Deus; promover o companheirismo entre os músicos e participantes do Ministério de Música; promover a formação contínua e o despertamento de novos talentos para o trabalho musical e de adoração.

10) Sempre que for elaborar uma ordem ou dinâmica de culto, leve em consideração: o programa de pregação do Pastor; uma seqüência didática e coerente de temas; a prioridade do canto congregacional em relação às músicas especiais; o tratamento igual para os cânticos e hinos
cantados pela congregação; a preferência maior ao canto expresso por grupos (como coros,
conjuntos, quartetos), em relação aos solos, nos momentos de música especial nos cultos; o estímulo ao surgimento de novos valores, usando-os durante os cultos na medida do possível.

11) Ao dirigir ou orientar a direção de cada parte do culto, ou mesmo ao relacionar-se com pessoas, cultive a cordialidade e faça-se tudo com empatia.

12) E, finalmente, veja o seu pastor como um amigo e trate-o como tal. Mesmo que eventualmente não pareça, mas ele quer o melhor para o serviço do Reino. E você é parte indispensável dele. Todos nós precisamos ser apascentados.

E seja uma bênção!

Pr. Irenio Silveira Chaves

A cultura pop chegou para ficar?

Operado de uma simples hérnia, vi-me obrigado a uma razoável quarentena em casa. Com bastante tempo à minha disposição resolvi, por um dia, mergulhar no mundo televisivo. Liguei minha Sony e, com o controle remoto na mão, viajei, via cabo, às diversas opções oferecidas pela mídia eletrônica. À noite, senti-me vencido. O que assisti não era lazer, tampouco cultura. Era pura perda de tempo. Cada dia mais me espanto com a superficialidade de minha geração. Na televisão, os noticiários estão cada vez mais rasos; evitam os temas relevantes, fogem da discussão imparcial. A “ratinização” dos programas de auditório chega a agredir o bom senso. A dramaturgia das novelas é um acinte à arte teatral. Os diálogos são patéticos. Bons atores são logo substituídos por moças e rapazes bonitinhos. Não sabendo representar, mecanicamente repetem scripts. Os programas infantis em nada educam. Simplesmente enchem os cofres de suas apresentadoras, que nada têm na cabeça e que ensinam comportamentos éticos, no mínimo, questionáveis. Na música, as letras medíocres, para fazer sucesso, necessitam apelar para sentidos ambíguos. Os rebolados das dançarinas tentam compensar a rima pobre. Os grandes poetas e músicos se esforçam, mas parecem carecer da inspiração de tempos não muito antigos, quando escreviam e cantavam com maestria. Os filmes, fazendo apologia da violência, exploram o macabro e o terror. Não conseguem criar tramas inteligentes. Mostram-se, diante de nossas telas, produções com enredos repetitivos, direção mal feita; claramente produzidos para dar lucro. Filmes destituídos do ideal de fazer arte. As revistas que entulham as bancas e os livros que aparecem nas listas dos best-sellers são risíveis, sob o ponto de vista literário. Os estudiosos de nossos tempos dizem que uma das características da pós-modernidade é a falência da chamada “alta cultura” e a emergência da “cultura pop”. Por “alta cultura” devemos entender como o esforço humano de dar estrutura à vida. É a complexa produção > humana que inclui o saber, crenças, arte, moral, leis, costumes e todas as expressões humanas. A cultura pop fortaleceu-se com a massificação dos meios de comunicação. A indústria da informação e do lazer, que oferece um franco acesso ao conhecimento, vagarosamente nivelou a produção cultural por baixo. Hoje, poucos conhecem Shakespeare, nunca leram Dostoievski, mal saberiam mencionar algum livro de Machado de Assis ou de Graciliano Ramos. Rapazes e moças detestariam uma ópera de Wagner ou de Carlos Gomes. A grande maioria nunca leu Carlos Drummond e nem sabe dizer quem foi Fernando Pessoa. Em compensação, conhece bem os filmes de Van Damme e do Bruce Willis. Gosta de ler Paulo Coelho e canta as músicas do Tchan. Meninos e meninas ainda cantarolam as letras dos Mamonas Assassinas. Diariamente acompanham a novela das oito, dando-lhe índices de audiência acima de cinqüenta pontos. Adolescentes deliram com a mocinha vestida em roupas íntimas, insinuando cenas de sado-masoquismo. O ocidente termina o século XX impregnado de uma cultura pop, que Richard Hamilton, artista inglês, conseguiu descrever como: “dirigida às massas, compreensível sem exigir reflexão, facilmente substituível por outra emoção, produzida às pressas, sensual, glamorosa, aética e sempre visando o máximo de lucro”. A produção cultural do ocidente empobreceu. Daí a pertinência do lamento de T. S. Eliot: “Onde está a vida que perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos com o conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos com a informação? Os ciclos do céu em vinte séculos nos levaram para mais longe de Deus e mais próximos do pó.” Mais triste é constatar que a igreja também foi afetada por essa cultura de massas. Primeiro nos Estados Unidos, depois na Europa e agora na América Latina, há uma forte tendência de transformar a igreja em big business. Pior, big business do lazer espiritual. Pastores e padres abandonaram sua vocação de portadores de boas novas. Assumiram novos papéis: animadores de auditórios e levantadores de fundos. O púlpito transformou-se em mero palco. A igreja, simples plateia. O clero arremedou a fama dos artistas. Com estilos de vida extravagantes e caros inebriam as multidões que também almejam galgar a celebridade. Outros enxergaram-se como empresários, vestiram-se como empresários e, pasme, contrataram guarda-costas armados para se protegerem. Acham-se sequestráveis. Os cultos já não estão centrados na máxima de João Batista: “importa que Ele cresça e que eu diminua”. Sermões podem ser facilmente confundidos com palestras de neuro linguística. Cantores e “artistas” se atropelam, querendo renome e gordos cachês. O cristianismo ocidental não conseguiu salgar, perdeu o sabor e conformou-se em ser raso. Os vendilhões do templo voltaram e armaram suas tendas. Infelizmente, atraem-se grandes multidões não pela força argumentativa do evangelho, mas pelo bem concatenado marketing. Impressionam-se as plateias pela capacidade de aproximar a linguagem religiosa da cultura pop e não por propor conteúdos sólidos de vida. Até pouco tempo, as igrejas neopentecostais acreditavam que seu descomunal crescimento vinha de uma bênção especial de Deus sobre suas novas propostas de prosperidade. Hoje, a explosão pop do catolicismo já atrai multidões tão numerosas quanto as dessas bem sucedidas igrejas evangélicas. Prova-se assim que qualquer credo ou confissão religiosa que souber promover um culto com as mesmas características da cultura pop também experimentará um crescimento vertiginoso. Sempre que a igreja começou a percorrer uma senda perigosa e a aproximar-se dos sistemas doentes que deveria denunciar, houve fortes movimentos contrários. Quando Roma parecia estar à venda e o clero católico se emaranhou com o poder dos reis, as ordens monásticas apareceram. Quando Tetzel vendeu indulgências, prometendo menos sofrimento no purgatório em troca de algumas moedas, Lutero protestou. Quando a igreja protestante se institucionalizou e perdeu relevância, surgiram os anabatistas propondo a separação radical da igreja e do estado. Quando a rigidez teológica tentava sufocar a ação de Deus, os pentecostais levantaram-se mostrando que ele age como quer e não respeita as sistematizações humanas. Precisamos de novos movimentos de reforma e protesto dentro do cristianismo ocidental. Os desafios de hoje requerem que os pastores voltem a “apascentar o rebanho de Deus, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto” (I Pe 5.2). Que as igrejas sejam espaços de fraternidade onde nos revestimos como “eleitos de Deus, santos, e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12). Diante do estrelismo, os pastores precisam optar pela discrição; reaprender a ser singelos de coração. Devem lembrar-se de uma citação antiga: “A glória é como um círculo n’água que nunca deixa de aumentar, até que por força de seu próprio crescimento dispersa-se em nada”. O crescimento numérico das igrejas engana. Tem mais a ver com fenômenos sociais que uma legítima ação do Espírito Santo. Líderes religiosos devem evitar essa corrida insana de notoriedade. A riqueza e popularidade de alguns nada significa nas realidades espirituais. Euclides da Cunha advertia em Os Sertões: “Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas”. Deixemos que o apóstolo Paulo fale novamente aos nossos corações: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E na verdade, tenho também por perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8). A igreja será sal e luz, somente quando caminhar na rota inversa das tendências de sua geração e mostrar-se simples em suas ambições. Caso contrário, continuará dizendo a si mesma: Estou rica e abastada e não preciso de coisa alguma”. Mas ouvirá de Cristo: “Não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre cega e nua.” Que Deus nos ajude a comprar ouro refinado pelo fogo para nos enriquecer, vestiduras brancas para nos vestir, a fim de não ser manifesta a vergonha da nossa nudez. Compremos colírio para ungir os nossos olhos e vejamos (Ap. 3.17-18).

Autor: Ricardo Gondim Rodrigues

Fatores que favoreceram a expansão do evangelho

FATORES QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DO EVANGELHO

1. FATORES PROVENIENTES DOS GREGOS

1.1 Língua Grega
1.2 Cultura largamente difundida
1.3 Insatisfação com a religião tradicional
1.4 Argumentos dos filósofos a favor de um só Ser Supremo
1.5 Pensamentos gregos sobre o Logos, a Razão
1.6 Considerações sobre a alma, a virtude, e a imortalidade
1.7 Ensinos sobre a ética pregada pelos Estoicos

2. FATORES PROVENIENTES DOS JUDEUS

2.1 Monoteísmo
2.2 Esperança messiânica
2.3 Velho Testamento como base para entender o Messias (400 a.C.)
2.4 Tradução da Septuaginta – LXX (200 a.C.)
2.5 Sacrifícios e perdão com a consciência de pecado
2.6 Alto padrão moral
2.7 Grande rede de Sinagogas erguidas durante a dispersão

3. FATORES PROVENIENTES DOS ROMANOS

3.1 A “paz Romana”
3.2 Unidade política, englobando o mediterrâneo
3.3 Estradas + extermínio dos piratas »»» facilidades
3.4 Lei Romana
3.5 Utilização da língua e da cultura Gregas
3.6 Crescimento de grandes cidades cosmopolitanas
3.7 Tolerância geral a diversas religiões

Todos os fatores que se verificaram entre 30 a.C. a 400 d.C. constituindo-se no que o Apóstolo Paulo chamou de “plenitude dos tempos” (Gal. 4:4).

ALGUMAS CONDIÇÕES NO IMPÉRIO ROMANO

Satisfação pessoal
1. Muitas pessoas em movimento
2. Perda da independência nacional – nova psicologia do império
3. Sentimento de insegurança pessoal
4. Fracasso da religião tradicional e da filosofia

Condições favoráveis para aceitar o amor de Deus

5. Muitas pessoas analfabetas ou mal formadas
6. Milhares de escravos
7. Abismo entre ricos e pobres
8. Crueldade, infaticidio, aborto, e adultério

Contra o cristianismo

9. Matança nos estádios
10.Corridas e outros espetáculos
11. Astrologia
12. Novas religiões e sincretismos
13. Imoralidade ligada aos templos pagãos
14. Começo do gnosticismo

Augusto Bello de Souza Filho
Bel em Teologia

A semente entre os espinhos e o caminho estreito

A SEMENTE ENTRE OS ESPINHOS E O CAMINHO ESTREITO

Estamos vivendo dias terríveis. Muitos compromissos a serem cumpridos, muitas decisões a serem tomadas. Dizem os antigos que os dias de hoje são mais curtos que os de antigamente. Cada vez mais nos faltam tempo, e o tempo realmente tem se abreviado. Apesar de por vezes acharmos que a volta de Cristo está demorando, e o mundo não crer que Jesus voltará, nós como cristãos não podemos perder este fato de vista: “Cristo vai voltar, acredite ou não. E vem pra julgar, pra dar uma decisão…” (João Alexandre).
O dia de hoje está mais perto da volta de Cristo do que o de ontem que se passou. Amanhã estará mais perto ainda. Cada dia que finda é mais um passo para o cumprimento da profecia.
No meio de tanta agitação e correria, salta aos olhos uma parte especial da parábola do semeador (Mateus 13). Quando Jesus explica esta parábola, ele fala: “o que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera” (Mt 13.22). Ao contrário das outras sementes que foram lançadas e não tiveram bons resultados, aquela que cai entre os espinhos aparentemente cresce, porém não dá frutos. Foi isto que Jesus disse: “ela fica infrutífera”.
Note-se a diferença: a semente que caiu na beira do caminho, o maligno arrebatou a mensagem do coração; a semente que caiu em solo rochoso não teve raiz em si mesma e quando chegou a angústia ou a perseguição, se escandalizou; mas a que caiu entre os espinhos teve como fim não dar frutos, ou seja, chegou a crescer mas não frutificou. E por quê isto aconteceu? Porque a palavra foi sufocada pelos cuidados desta vida.
Jesus também disse que o caminho que leva à vida é estreito e o que leva à perdição é largo. Se pudéssemos visualizar estas duas passagens da escritura — a semente entre espinhos e o caminho estreito, possivelmente veríamos o seguinte quadro: um caminho bem apertado, que só dá para uma pessoa passar e este pequeno espaço é ainda limitado por espinhos. Assim, se nos desviarmos um pouquinho do caminho, vamos nos ferir nos espinhos e perderemos tempo e forças tentando voltar ao caminho e nos sarar das feridas.
Na Bíblia encontramos que não devemos pensar nas coisas daqui da terra, mas nas coisas do alto (Cl 3.2) e que devemos olhar firmemente para Jesus (Hb 12:2). Então, como poderemos não esbarrar nos espinhos, nem nos desviarmos do caminho, se temos que pensar e olhar ‘para cima’?
Analisando as Escrituras, nos deparamos com o maior capítulo deste livro — o Salmo 119. “A excelência da lei divina” é o título que esta passagem recebeu. Talvez seja este um dos capítulos mais evitados pelos cristãos, pela sua extensão. São 176 versículos. Mas quão rico é este Salmo! Nele, aprendemos especialmente, a caminhar olhando ‘para cima’.
“4Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca (…) 9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. (…) 18 Desvenda os meus olhos para que eu contemple as maravilhas da tua lei. (…) 24 Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, são os meus conselheiros. (…) 93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles me tens dado vida. (…) 96 Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. (…) 97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! (…) 105 Lâmpada para os meus pés á a tua palavra e luz para o meu caminho. (…) 113 Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei. (…) 130 A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.(…)165 Grande paz tem os que amam a tua lei, para eles não há tropeço.” Sl 119
O Senhor Jesus nos diz: “errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Paulo também nos diz: “Tudo quanto, outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.” (Rm 15.4) E ainda: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” (II Tm 3.16)Ainda outros versículos poderiam ser lembrados, mas estes três bastam, para afirmar que não existe crescimento na vida cristã sem a leitura e o conhecimento da palavra de Deus. E ela nunca se esgota. Se você já leu 100 vezes, leia 200.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de discernir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” Hb 4.12
Vale ressaltar que os versículos citados se referem ao Velho Testamento. Jesus, Paulo e o autor de Hebreus não tinham o Novo Testamento, o qual temos hoje o prazer da leitura. E porque a palavra de Deus é viva, porque o Senhor vela pela sua palavra, porque passarão os céus e a terra mas as palavras do Senhor não passarão, por estes motivos, a Bíblia chegou em nossas mãos com Velho e Novo Testamento. Sem pretender desmerecer o Novo Testamento, nos voltamos para o Velho Testamento, atualmente tão esquecido. Observa-se que o Velho Testamento é quase o triplo do Novo em número de páginas (na Bíblia que tenho em mãos – 911 pag x 306 pag). Este dado numérico nos remete ao fato de que Deus, em sua multiforme sabedoria, quer falar ao nosso coração, nos ensinar, também com o tempo da lei, o qual corresponde a aproximadamente 3/4 da Bíblia.
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento” Os 4:6
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tm 2.15
A Palavra de Deus é o que nos faz andar com largueza, sem dificuldades em lidar com os espinhos. Nada em nossas vidas deve tomar o tempo da leitura Bíblica e da oração. A nossa comunhão com o Senhor precisa ser prioridade em nosso dia-a-dia. É grande perda que muitos dias passem sem que busquemos um relacionamento íntimo com Deus.
É fato que Deus, em sua grande misericórdia, nos perdoa por aqueles dias que passam sem darmos muita atenção a Ele. Mas o que o Senhor quer ter conosco é intimidade, é comunhão; foi Ele que rasgou o véu, ALELUIA! Ele nos amou primeiro! É preciso que toda a nossa prioridade seja dada ao Senhor. Recordo-me ter ouvido em uma pregação: “quem sabe que não tem nada para dar (ao Senhor), dá tudo o que tem”.
Ele, o grande, o Todo-poderoso, se inclina para ouvir a nossa oração, Ele mesmo nos guarda como a menina dos seus olhos, nos cerca por trás e por diante e sobre nós põe sua mão. Mas, infelizmente, o que oferecemos em troca são orações divididas com caminhadas, com a louça suja na pia, com o volante do carro. É muito bom e devemos orar em todo tempo, mas melhor ainda é acrescentar períodos de exclusividade para o Senhor. “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em nós” (Tg 4.5).
Quando Moisés desceu do monte Sinai, dos primeiros 40 dias de conversa com o Senhor no monte, se deparou com o bezerro de ouro feito por Arão, e:“Vendo Moisés que o povo estava desenfreado, pois Arão o deixara à solta para vergonha no meio dos seus inimigos, pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: ‘Quem é do Senhor venha até mim’. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi, aos quais disse: (…) ‘Consagrai-vos, hoje, ao Senhor; cada um contra o seu filho e contra o seu irmão, para que Ele vos conceda, hoje, benção’” (Ex 32:25-29).
A tribo de Levi não foi escolhida por acaso! Os levitas deram o primeiro passo na direção do Senhor sem se importar com irmãos ou filhos. É isto que Ele quer de nós, o primeiro passo sem olharmos para ninguém, só para Ele. O conhecimento do Senhor é experimental, não é teórico. Mas para isso precisamos dispor o nosso coração para O buscar e cumprir a Sua lei, como fez Esdras; e a boa mão do nosso Deus será sobre nós (Ed 7:9-10). Somos todos chamados a sermos levitas do Senhor. Apesar de usarmos com frequência este termo para designarmos aqueles que trabalham no ministério de louvor em nossas igrejas, o mais correto à luz da palavra de Deus é que todos somos chamados para o sacerdócio. Todos devemos ser levitas.
Voltando à ilustração do caminho e da semente entre espinhos, infelizmente muitos estão parados no meio do percurso, observando os espinhos, quer sejam: os cuidados desta vida, ou mesmo os cuidados com o ministério. Às vezes a intenção é de apenas evitar um possível desvio ou ferimentos, mas, por não conhecerem a palavra, estas pessoas não conseguem sair do lugar. Não avançam no conhecimento do Senhor e, conseqüentemente, não dão frutos porque não estão voltados para a luz, para o Sol, elementos essenciais ao crescimento. Estão parados no caminho e o Senhor espera que voltem a sua atenção para Ele, o Sol da Justiça.
Sem a luz da Palavra de Deus não há caminhada com Cristo.
“Então, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3).

Que Deus nos abençoe,
Fabiane Rocha Bello
Igreja Batista Adonai – Salvador, BA

A salvação é para todos

A SALVAÇÃO É PARA TODOS
Antes de criar o homem Deus preparou a natureza para recebê-lo com plenas condições de acolher o ser que seria “a coroa da criação”, da forma como uma mãe prepara o enxoval para o filho que vai nascer. O pastor Charles Allen diz que antes de criar o homem, Deus colocou fertilidade no solo e vida nas sementes. Sabe-se que os vegetais assumem a condição de produtor, isto é, a origem da cadeia alimentar que sustenta seres herbívoros tanto quanto os carnívoros. Tudo isso Deus fez para acolher o ser humano indistintamente, independente de qualquer variável étnica. No projeto de Deus, o objeto e objetivo principal e único é o ser humano, mesmo depois de sua desobediência e queda. Tudo Deus fez e criou para que o ser formado à Sua imagem e semelhança vivesse em estreita parceria com Ele. Mesmo depois da queda e das penalidades aplicadas a todos os envolvidos, inclusive à natureza, Deus continuou cuidando da sua criação, oportunizando restauração ou o convívio com a nova realidade. Agora, o projeto da criação dá lugar ao projeto de restauração do homem, de forma plenamente inclusiva. Nenhum ser humano está fora do projeto de inclusão total de Deus, a menos que recuse a Sua Graça. A Bíblia fala disso de forma enfática porque a vinda e o ministério terreno de Jesus, seqüenciada pela ação do Espírito Santo, busca a culminância desse projeto: a salvação de TODOS os homens. Assim diz Paulo, dirigindo-se a Tito: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a TODOS os homens” (Tito 2:11).
Ainda no Antigo Testamento Deus convida a todos, através do profeta Isaías: “Ó vós TODOS que tendes sede… vinde e comprai sem dinheiro e sem preço vinho e leite”. Todos, indistintamente, são convidados a se apropriarem, de graça, da Graça de Deus (Is.55:1).
No capítulo 10 do livro de Atos Lucas narra o encontro de Pedro com Cornélio e, no versículo 34 o apóstolo que acompanhou passo a passo o ministério de Jesus e testemunhou sua ressurreição, agora (só agora) convencido da dimensão do amor de Deus para com raça humana, declara: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas”. Também, nessa direção e pela mesma razão declarada por Pedro, Tiago recomenda que não devemos fazer acepção de pessoas (cap. 2). Esta postura inadequada para os padrões cristãos motivou a instituição dos diáconos, conforme registro em Atos 6.
O evangelista João parece arrematar de forma conclusiva este tema quando afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que TODO AQUELE que Nele crer não pereça mas tenha vida eterna” (João 3:16). Deixa claro que o projeto de inclusão de Deus exige apenas uma condição: receber a Jesus, crendo e constituindo-O como Salvador e Senhor. A parte difícil e dolorosa desse projeto coube a Deus; ao homem cabe apenas crer, negar-se a si mesmo e obedecer. O mesmo evangelista anuncia a universalização de Jesus quando diz que “a TODOS quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus…” (João 1:11). Além destas citações o próprio Jesus, em várias ocasiões, estendeu Seu convite a TODOS que se sentem cansados, oprimidos, enfermos, perturbados e que necessitam de alívio (não bens materiais) – Mat.11:28.
Escrevendo aos efésios sobre a unidade da Igreja Paulo refere-se a “um só Deus e Pai de TODOS, o qual é sobre TODOS e por TODOS e em TODOS” (Ef.4:6). Significa que Deus é Senhor e Pai de TODOS que, pela fé, recebem a Jesus como Salvador e Senhor.
A Deus, toda honra e toda glória.

José Fidelcino dos Santos
Janeiro de 2012

O discípulo e a vontade de Deus

O DISCÍPULO E A VONTADE DE DEUS
(Texto Bíblico: Rom 12:1-2)

Deus deseja revelar a sua vontade a cada ser humano. Ele tem prazer em que andemos segundo o seu querer. Neste sentido ele tem tomado todas as providências para que conheçamos a sua vontade.
Há uma distinção importante quando se trata deste assunto: a vontade objetiva de Deus e a vontade permissiva de Deus. Há coisas que Deus determina em nossa vida pela sua vontade objetiva. Sempre são coisas positivas e boas. Por outro lado, há situações em nossas vidas que não constituem a vontade objetiva de Deus, mas a sua vontade permissiva, isto é, ele não planejou que fosse assim, mas permite que o seja em favor de seus propósitos eternos e sábios. Porém, Deus tem um compromisso de estar sempre conosco, dar-nos a sua graça e transformar as coisas em bênçãos para nós.

CONDIÇÕES PARA CONHECERMOS A VONTADE DE DEUS

1. Novo nascimento
O primeiro passo para a realização da vontade de Deus na vida de uma pessoa é que ela reconheça sua condição de pecadora e se torne nova criatura, pelo poder de Jesus Cristo. A Bíblia chama isto de novo nascimento. O novo nascimento é condição fundamental para vivermos a vida que agrada a Deus.

2. Percepção Espiritual
A Bíblia diz: “Ora o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discerne espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo…” (I Cor. 2: 14,15).

3.Vida Pura
Nossa comunhão com Deus se estabelece e se mantém a partir de uma vida pura e santificada. A Bíblia diz: “As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça” (Is 59:2). Logo, se a nossa vida está contaminada com o pecado, a comunhão com Deus fica bloqueada e a percepção espiritual prejudicada.

4. Disposição de Obediência
Deus não nos revela a sua vontade simplesmente para satisfazer a nossa curiosidade. Ele o faz para orientar a nossa vida. Por isso, para conhecer o que Deus quer, precisamos decidir antecipadamente que vamos ser obedientes ao que o Senhor nos revelar, não importa o preço que tenhamos de pagar. Isto sempre envolve uma significativa medida de fé e confiança na sabedoria de Deus.

RESULTADOS DE ESTARMOS NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS

1. Paz
O desejo de Deus é que desfrutemos permanente e inabalável paz interior. Isto só é possível enquanto estamos dentro da vontade de Deus. Quando o crente peca ou decide de modo errado, a sua consciência é imediatamente incomodada pelo Espírito Santo. É uma espécie de alarme com que somos dotados na vida espiritual. O apóstolo Paulo ensina: “E a paz de Cristo, para a qual fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Col 3:15).

2. Êxito
Deus deseja que seus filhos sejam bem sucedidos. A Bíblia está repleta de afirmações que expressam essa verdade (Sa. 1:3; Gen 39:3,23). Não agrada ao Senhor que sejamos fracassados. Mas, o sucesso depende de nossa obediência à voz do Espírito Santo. Não é prudente fechar os ouvidos ou anestesiar a consciência diante dos amorosos sussurros do Espírito de Deus em nossos corações.

3. Garantia
Não nos arriscaríamos a fazer a vontade de Deus se não tivéssemos as garantias de sua Palavra. Conhecemos o caráter de Deus (I Cor 1:9; Heb 10:23) e sabemos que ele não mente (Num 23:19), nem se esquece de seu compromisso conosco (Is 49:15). Quando somos obedientes, Deus assume toda a responsabilidade.

4. Convicção
Quando decidimos fazer a vontade de Deus sabemos que teremos de pagar um alto preço. Muitas pessoas vão discordar de nós, outras vão nos ridicularizar e seremos chamados de loucos ou alienados. Às vezes, seremos até perseguidos. Os resultados positivos de nossa obediência nem sempre surgirão de imediato. Para nos mantermos firmes precisamos de convicção – aquela certeza de que estamos fazendo o que devemos fazer, mesmo que tudo indique o contrário.
Nossas decisões não devem ser motivadas por interesses secundários, nem devem ser o resultado de pressões sociais ou constrangimentos pessoais. O único imperativo para nossas decisões há de ser a vontade sábia e soberana de Deus. Ele sabe o que é melhor para nós, porque nós só vemos até a próxima curva da estrada, mas Deus vê depois da curva, lá na frente, porque vê de cima, onde a perspectiva é perfeita.
O segredo de sermos felizes e desfrutarmos perfeita paz interior não são as circunstâncias que nos rodeiam, mas a certeza de que estamos exatamente no centro da vontade de Deus. Isto é o melhor da vida.

Neusa Rocha de Souza
Bel em Teologia

(Transcrito do livro: Maturidade Cristã da Junta de Missões Nacionais da CBB. Impresso pela Juerpe)

Avaliação da Visão G-12

Avaliação da “Visão G-12”
Wilbur (Gilberto) Norman Pickering, ThM PhD

Já fiz o encontro por aqui (DF), junto com meu pastor, sendo que as esposas fizeram simultaneamente em lugar separado. Por alto entendo o seguinte. No momento que várias igrejas andam fazendo “encontros”, é preciso lembrar que cada pastor traz sua própria bagagem pessoal, bem como o pacote doutrinário da sua igreja. Daí, fatalmente haverá diferenças entre um encontro e outro, diferenças de ênfase, grilos, em fim.
Aqui no DF têm havido “adaptações” por parte de uns e outros, de tal modo que há pouco houve um congresso aqui para tentar coibir os “desvios”; uma tentativa de levar todo mundo de volta à cartilha do Pr. Renê Terranova, de Manaus. Veio ele pessoalmente e ministrou durante dois dias e três noites. Eu mesmo assisti os dois dias e a última noite. Pois bem, julgo oportuno tecer algumas observações.

1) O conteúdo básico da “visão G-12” parece-me ser uma volta à Grande Comissão de Cristo – fazer discípulos. Como ninguém cresce sem nascer, é preciso ganhar as pessoas para Cristo, alicerçá-las, treiná-las e depois enviá-las. Até aí tudo bem – puro Evangelho do Reino.

2) Quanto ao “encontro” – o pecado é confrontado; é necessário arrependimento sincero. É preciso render-se ao Senhor Jesus Cristo. É preciso compromisso com Jesus e seu Reino. É preciso cortar quaisquer maldições que vêm do passado, bem como soltar rabos presos, resolver traumas antigos, etc. É preciso o “batismo no Espírito Santo”. Ora, estão convertendo os “crentes”! Para um “crente” que se converte de fato, fica livre dos pecados, das maldições e dos “rabos”, o encontro é mais do que tremendo. Sai pulando, leve. Com efeito, teve um encontro com Deus! Até aí, ótimo.

3) Infelizmente existem algumas coisas que preocupam, também. São poucos os homens que conseguem ouvir a voz de Deus com perfeição, e menos ainda que conseguem depois transmitir a mensagem sem mistura humana (quando não demoníaca). Comentarei o que eu mesmo presenciei, com ressalvas oriundas de notícias diferentes de encontros feitos por outros.

4) A questão do sigilo: no encontro que fiz o pastor anfitrião literalmente cobrou um juramento, com todas as letras [não fiz], e ainda amaldiçoou quem viesse a divulgar. Exatamente assim. No encontro que a esposa fez, falou-se em “pacto”, evitando a palavra “juramento”. Ouço dizer que em outros lugares são concitados ao sigilo em termos mais brandos. Mas, para que isso? Dizem que é para não criar expectativas nos que ainda não fizeram, para que não venham a se decepcionar, pois cada um deve ter seu próprio encontro com Deus, que pode ser diferente.
Bem, cobrar juramento esbarra numa proibição do Senhor Jesus. Em Mt. 5:34-37 Ele disse: “De maneira nenhuma jureis…. Seja o vosso “Sim” sim, e o vosso “Não” não; o que passar disto vem do maligno!” Com base na palavra do Senhor Jesus Cristo afirmo que aquele juramento foi satânico. Absolutamente não prestou; o efeito foi unicamente negativo. Sim, porque atrelar-se a qualquer coisa de procedência satânica traz sempre conseqüências negativas – pergunte a Adão e Eva. Aliás, no meu entender cada pessoa que prestou aquele juramento deu base legal a Satanás para atuar na sua vida, o que não é negócio.
Mas, e se foi só um “pacto”. Para quê? Em Mt. 10:27 o Senhor Jesus disse, “O que vos digo no escuro, dizei-o na luz, e o que escutais ao ouvido, pregai-o sobre os telhados.” O contexto foi outro, claro, mas para que o sigilo? Se é coisa boa porque não falar? Se é coisa ruim seria uma camaradagem alertar o interessado. Se a idéia for de criar curiosidade, armando uma armadilha para pegar no pé da pessoa antes que desconfie do propósito verdadeiro…. Será que o “marketing” dos homens serve para o Reino de Deus?
Parece-me totalmente desaconselhável essa tática de sigilo. Havendo testemunhos sinceros daquilo que Deus fez nas vidas, os interessados irão, sem correr o risco de comer gato por lebre. Basta insistir que cada um tem que ter seu próprio encontro com Deus, que será travado a partir da realidade espiritual de cada qual. Agora vejam, abrir mão da tática do sigilo em nada vai comprometer os objetivos legítimos dos encontros; pelo contrário, deve até aumentar os resultados positivos, e principalmente a longo prazo.

5) Achei que havia muita manipulação, incitando as pessoas a uma certa animação física e emocional. Levei a impressão, talvez equivocada, de que era preciso simular, ao menos, uma aparência de “unção”. É que foi dito que os princípios que norteiam a “visão” e o “encontro” nada mais são do que as coisas que o Senhor Jesus mandou fazer (o que é verdade) e portanto o que torna o encontro em si necessário é a unção que se recebe unicamente no encontro (você não recebe sozinho). Epa! Espera aí! Será mesmo? Ora, o Espírito Santo é soberano – será que Ele tem que ungir só porque alguém organiza encontro? (Fazendo justiça, parece-me que há bastante oração antes e durante o encontro, visando a benção de Deus.) E será que Ele não pode ungir ninguém a não ser através do Pr. Renê, ou então o Pr. César?
Ouvi o Pr. Renê Terranova dizer que só pode transmitir a unção quem recebeu a chave para tal efeito, e essa chave é ele que dá, ou alguém a quem ele deu. Parece-me que se baseia, pelo menos em parte, numa tradução inadequada de Mt. 18:18. A versão Corrigida e a Contemporânea trazem, equivocadamente, “tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu.” Dá a idéia de que nós estamos mandando em Deus; se Pr. Renê desliga aqui então Deus é obrigado a abonar. A versão Atualizada e a NVI trazem corretamente, “tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu.” Terá sido – é Deus que manda em nós; aplicamos aqui o que já se fez no Céu.

6) Acabo de triscar no aspecto mais perigoso, ao meu ver, da “Visão G-12”. É que a “visão” tem dono, e esse dono não é Jesus. É o Pr. Renê Terranova em Manaus, ou eventualmente o Pr. César Castellanos na Colômbia. Ouvi o Pr. Renê insistir várias vezes na necessidade de se seguir a cartilha dele, à risca. Mesmo admitindo, como admito, que Pr. Renê ouviu a voz de Deus, isso não significa que ele ouviu com perfeição. Com toda certeza, afirmo sem medo de errar, Pr. Renê não transmitiu com perfeição – há muita mistura do homem. E talvez do inimigo – achei o Pr. Renê um tanto soberbo, mas em vários lugares o Texto Sagrado afirma que Deus resiste ao soberbo; se Deus está resistindo alguém, como fica a proteção desse alguém contra as investidas do inimigo? Depois, quem compactuar com qualquer engano está facilitando.
Em Mt. 23:9-10 o Senhor Jesus foi taxativo: não se deve chamar ninguém na terra de ‘pai’ (espiritual, não físico) e nem de mestre/discipulador. No NT não há exemplo de um cristão chamar outro de seu discípulo – mesmo em 1 Cor. 3:4 Paulo parece evitar o termo. No entanto Pr. Renê insistiu fortemente na necessidade de liderança única em qualquer nível – a célula tem que ter um líder, a igreja tem que ter um líder, uma região idem, e a visão toda idem. Insistiu em que ninguém escolhe ser pastor – é vocação, escolha divina. E portanto só pastor pode pregar, diácono não (ele é batista). Como prova citou o caso de Estevão: por ser diácono ele não podia pregar, mas teimou e por isso foi morto. Foi exatamente assim que o homem se expressou. Bem, vamos ao Texto Sagrado – será que foi assim? Atos 6:5 diz, “Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo.” Atos 6:9, “Levantaram alguns…da Celícia e da Ásia, e discutiam com Estevão.” Está Estevão pregando na igreja? Ele foi abordado e respondeu. Atos 6:10, “Mas não podiam resistir à sabedoria e ao espírito com que ele falava.” Estaria Estevão pecando, cheio do Espírito? O discurso no capítulo sete foi sua defesa perante o Sinédrio, e não um sermão. Mas Atos 6:15 diz que o Sinédrio viu o seu rosto “como o rosto de um anjo” – teria sido porque Estevão estava pecando? Foi porque pregou (usurpando a função de pastor) que morreu? Atos 7:55-56 — “Mas ele, cheio do Espírito Santo,…disse: Olhai! Eu vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à direita de Deus.” O Senhor Jesus ficou em pé para receber o “mero” diácono que ousou pregar! O mal uso que Pr. Renê fez de Estevão me leva a comentar outro fator preocupante.

7) As pessoas ligadas ao movimento costumam fazer uso improcedente da Bíblia. Além do caso de Estevão, Pr. Renê citou o apóstolo Pedro como mau exemplo. A partir de Atos 10:17, em vez de Pedro meditar ou estar perplexo, a versão Corrigida tem ele “duvidando” (tradução inadequada), e daí o pregador afirmou que Pedro perdeu a visão e a benção – não duvidasse teria segurado a visão e o lençol não teria voltado para o céu (assim mesmo). Se segurasse a visão teria alcançado as nações, mas não, perdeu. Aí concitou os ouvintes a segurar a visão G-12, pois caso contrário perderiam, etc.
E porque grupos de doze, exatamente, nem mais nem menos? Porque o número doze é bíblico – 12 tribos, 12 apóstolos. Mas, e daí? Existe algum registro no sentido de que qualquer um dos doze (onze) apóstolos preparou exatamente doze discípulos? Que eu saiba, não. Então, Paulo foi um fracasso porque não formou um grupo de 12? E porque um encontro de três dias? Porque o número três é bíblico – a Trindade, Jesus no sepulcro, Jonas no estômago, etc. Vejam bem, nada tenho contra os números doze e três. Se alguém quer fazer doze discípulos, ótimo. Um encontro de três dias, jóia! Se Deus mandou Pr. César fazer assim, então basta dizer que Deus mandou ele fazer assim.
Durante o encontro foi enfatizado a “unção da multiplicação”. A base bíblica citada foi Isa. 60:22, “O menor virá a ser mil, e o menino uma poderosa nação.” Então afirmou-se que ao receber essa unção cada um iria ganhar pelo menos mil almas. Um pastor presente tinha recebido a “chave”, foi lhe outorgado (em Manaus, parece) a autoridade para repassar ou impetrar essa unção. E assim fez. Agora é pagar para ver. Mas voltando a Isaías, parece-me que o capítulo 60 inteiro versa sobre o Milênio, mas os versos 19-22 com certeza. Qualquer homem que começar o milênio casado, mesmo com pouco esforço, terá mais que mil descendentes durante os mil anos, tranqüilo. Um outro mais afoito gera uma nação.
Durante o congresso, cada dia e cada noite (cinco vezes, portanto), o Pr. Renê levantou uma oferta, citando Deut. 16:16 como base bíblica para o procedimento. “Ninguém aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR.” E Pr. Renê é o SENHOR? Ele não leu o verso todo, que começa assim: “Três vezes no ano, todos os teus varões aparecerão perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher…” Só que ele concitou as mulheres também, e quem não ofertasse estava abrindo mão da bênção de Deus. Aliás, a prosperidade material foi um refrão, tanto no encontro como no congresso.
Poucos textos citados e usados pelos palestrantes do encontro foram utilizados respeitando o contexto bíblico. Parece que o pessoal não sabe como interpretar a Bíblia (e pelo já exposto, o Pr. Renê também não sabe); aliás, eu diria ser uma fraqueza generalizada nos meios “evangélicos” do país. Se existe sequer um seminário teológico no país que ensina como fazer exegese responsável do Texto (grego ou hebraico), que realmente leva o Texto Sagrado a sério, gostaria que alguém me informasse qual é.

8) Não vou me delongar com detalhes outros: gostei do silêncio perante Deus; não gostei da música incessante; gostei da atitude de servir do pessoal de apoio; não gostei da atmosfera de campo de concentração (quase). Muita ênfase foi dada aos pecados de sexo, talvez mais do que todos os outros juntos. A “cura interior” achei detalhada demais – parecia que queriam citar nominalmente cada problema possivelmente possível. Fomos convidados a imaginar o esperma do pai atingindo o óvulo da mãe – para quê? Agora, pedir ao Espírito Santo trazer à tona quaisquer traumas escondidos na subconsciência – isso sim. O “batismo no Espírito” foi tratado de forma neo-pentecostal. Deu-se mais ênfase ao dom de línguas do que todos os outros juntos.

9) Objeções improcedentes: negar o fato de maldições hereditárias e negar o fato dos dons carismáticos. É comum citar 2 Cor. 5:17 para combater a idéia de crentes com maldições hereditárias. “Tudo se fez novo; as coisas velhas já passaram.” Taí! Maldições hereditárias obviamente são “coisas velhas”, passaram; acabou. Só vejo um pequeno problema – NÃO FUNCIONA – pelo menos não imediatamente, automaticamente. Aliás, nenhum benefício do sangue derramado do Cordeiro de Deus é automático! Jesus morreu por todos; todos se salvam? A vitória de Cristo oferece cura; crente nunca fica doente? “Tudo se fez novo”; você tem corpo novo? Nada de dor, ruga, cansaço, limitação? Obviamente “tudo” não se faz novo, imediata ou automaticamente. Do ponto de vista de Deus, que vê o fim da história, sim; para nós cá em baixo, não. A vida cristã é um processo. Continuamos sofrendo as conseqüências dos nossos pecados, e dos pecados dos outros. Existe remédio, mas é preciso fazer uso dele – remédio que fica na prateleira não resolve. As maldições hereditárias existem, com toda certeza, para crente também. É necessário cortá-las, uma por uma.
Alegar que os dons carismáticos cessaram quando a última pá de terra bateu no caixão do Apóstolo João é uma mentira histórica. Basta ler os escritos dos cristãos dos primeiros séculos da era cristã, como eu já li. Os dons ainda funcionaram durante o 2º século, o 3º século, o 4º século (aí parei de ler). Aqueles autores todos estavam mentindo? Para quê? Então os dons não cessaram. 1 Cor. 13:12 deixa claro que “o perfeito” do v. 10 tem a ver com a 2ª vinda de Cristo – é só então que veremos face a face (1 Jo. 3:2). Associar “o perfeito” com o cânon completo é insustentável (como posso demonstrar ao interessado). Após inspirar três capítulos seguidos sobre a matéria o Espírito Santo encerra a questão em 1 Cor. 14:39 – “procurai com zelo profetizar, e não proibais o falar em línguas.” Proibir línguas é um desacato ao Espírito Santo. Colocar línguas acima dos demais dons é outro desacato.

10. Conseqüências: tenho ouvido falar de coisas boas, como também de coisas ruins. Se o encontro é tremendo então as coisas boas são exatamente as esperadas. Amém. Mas coisas ruins? Já ouvi falar (não conheço pessoalmente) de pessoas adulterando agora que não adulteravam antes; de quem adulterava antes e continua; de quem entrou em depressão que antes estava bom; de vários que ficaram doentes que antes gozavam de saúde. Eu mesmo senti um peso espiritual durante pelo menos duas semanas. O Pr. Renê abordou a questão: na opinião dele o problema está na falta de conduzir o pós-encontro adequadamente. É que (na palavra dele próprio) durante o encontro sete áreas da vida das pessoas ficam abertas e é no pós-encontro que essas sete áreas devem ser fechadas. Ai, ai, ai! Eu mesmo não fiz o pós-encontro porque ninguém me avisou quando ou aonde – aliás, nem sei se aconteceu. E como ficam minhas sete áreas, abertas ao inimigo até hoje?
Creio não ser necessário insistir – estamos diante de uma questão bastante séria. Presumivelmente as áreas são abertas durante o encontro para facilitar a ação do Espírito Santo nelas. Eles disseram abertamente que não havia perigo de atuação maligna naquele ambiente [ledo engano – parece que não entendem muito de guerra espiritual, embora falem bastante a esse respeito]. Mas, e depois de sair do ambiente? A proteção continua? Como? Então quem não fizer o pós-encontro está frito! E as pessoas foram alertadas adequadamente a respeito do perigo que estavam correndo?
Está na hora de parar e pensar. Por uma questão de consideração básica, lealdade e justiça, as pessoas devem ser claramente orientadas a respeito de qualquer procedimento semelhante. Depois de tratar uma área, deve ser fechada imediatamente, ou no mínimo antes de sair do local. Mas, como exatamente funciona esse negócio de abrir e fechar áreas? Não sei, pois se está na Bíblia não reconheci ainda. Mas se não está na Bíblia, de onde vem? Parece-me que o espiritismo tem esse expediente de abrir e fechar áreas, abrir e fechar o corpo, etc. Se alguém tem base bíblica para o procedimento gostaria que me informasse. Quero aprender.

11) Cautela: em qualquer empreendimento, e principalmente em prol do Reino de Cristo, é aconselhável levar em consideração a índole do povo e sua cultura. Nosso povo é muito imediatista; gosta das coisas fáceis, bênção sem esforço, etc. Mas o discipulado verdadeiro tem preço. A salvação vem para nós de graça – isto é, ninguém merece, ninguém pode comprar. Andar com Deus custa tudo. E depois, quem vai ser discipulador? Você não pode repassar o que você não tem. Se os discipuladores não forem adequadamente preparados, a proliferação rápida de células levará ao desmoronamento da coisa. A “sopa” ficará cada vez mais rala; o feijão terá cada vez mais água e menos caroço.

12) Conclusão: O retorno às necessidades bíblicas de confronto com o pecado, arrependimento sincero, compromisso com o Senhor Jesus e seu Reino, discipulado sério em fim, é mais do que bem vindo. Chega tarde. A ênfase na libertação de maldições, “rabos”, traumas e pesos, é deveras necessária. Pena que nem todos os ministrantes entendem adequadamente do assunto, mas pelo menos estão tentando.
Um modelo autoritário, tipo pirâmide, é condenável – o Senhor Jesus proibiu. A tendência da “visão G-12”, como conduzida pelo Pr. Renê Terranova, será a criação de uma nova denominação dominada por ele. Mas como o Pr. Renê não sabe interpretar a Bíblia, não há como ele estar subordinado a ela. Claro, como no caso de Estevão já citado – ele vai seguir suas próprias idéias erradas e não o que o Texto realmente diz. Como já está acontecendo, dele emanarão diretrizes espúrias, coisas improcedentes, não-bíblicas, quando não anti-bíblicas. Quem embarcar na canoa dele estará embarcando numa canoa furada. Quem viver, verá.
E agora, que fazer? Creio que devemos resgatar exatamente as necessidades e ênfases de fato bíblicas, fazer como o Senhor Jesus mandou fazer. Cada igreja, ou grupo de igrejas, deve adaptar a visão para seu próprio gasto, rejeitando as idéias malignas e prejudiciais que já se infiltraram na coisa. Como já disse, aquele juramento de sigilo é satânico – cada pessoa que fez deve pedir perdão a Deus e rechaçar a fortaleza que o inimigo conseguiu na vida através disso. Abrir áreas sem fechar imediatamente é colaborar com ele, também. Comunhão e troca de idéias, incentivo mútuo, etc. entre as igrejas é muito desejável (sem pirâmide). Dessa forma poderá haver um consenso em torno do essencial, para o bem do Reino e para a glória de Deus.
Que Deus nos ajude e abençoe a todos.

Dr. Gilberto Pickering
Brasília, 03 de março de 2000

Virtudes bíblicas para orar por seu filho

31 Virtudes Bíblicas para Orar pelos Seus Filhos

Por: Bob Hostetler

Por muitos anos, como qualquer pai cristão responsável, eu orava diariamente pelos meus dois filhos, Aubrey e Aaron. Orava por benção e proteção do Senhor ao longo de suas vidas. Orava para que fossem felizes, para que Deus os guiasse através de tempos difíceis e que os instruísse a fazer boas escolhas. Minhas orações eram regulares, vindas do coração, e, na sua maior parte, corriqueiras.
Eu queria o bem de meus filhos, mas quando ajoelhava em oração invariavelmente chegava aos mesmos e repetidos pedidos. Um dia, Nancy, mulher de nosso pastor, compartilhou no culto matutino que o seu desejo de ver seus filhos desenvolverem de forma consistente frutos morais e espirituais levou-a a criar uma lista determinada de temas para oração.
Naquele dia resolvi seguir o exemplo de Nancy e desenvolver eu mesmo um “roteiro de oração para pais”, simples, prático, mas que revolucionou minha maneira de orar pelas crianças. Cada dia do mês, além de meus pedidos por sua segurança e assuntos cotidianos, eu peço por uma virtude, fruto do Espírito ou traço de caráter específicos que desejo ver plantados e alimentados em meus filhos, seja pelo meu empenho e de minha esposa, seja por influência de outros ou por decisão própria de Aubrey e Aaron. Ao final de cada mês começo a orar pela lista novamente.
Discrimino a seguir minha lista, embasada em referências bíblicas. Sinta-se à vontade para copiar ou incrementá-la. Que ela possa ajudá-lo a orar especificamente e com propósito pelos seus filhos.
1. Salvação – Senhor, permita que a salvação brote no coração de meus filhos, que eles possam obter a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna. (Is 45:8, 2Tm 2:10)
2. Crescimento na Graça – Oro para que meus filhos cresçam na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (2Pe 3:18)
3. Amor – Permita, ó Deus, que meus filhos aprendam a viver uma vida de amor, através de Espírito que neles habita. (Gl 5:25, Ef 5:2)
4. Honestidade e retidão – Que a honestidade e a retidão sejam suas virtudes e sua proteção. (Sl 25:21)
5. Domínio próprio – Pai, ajude meus filhos a não serem como muitos outros em volta deles, mas permita que possam ser sóbrios e ter domínio próprio em tudo que fizerem. (1Ts 5:6)
6. Amor pela Palavra de Deus – Que meus filhos possam crescer e descobrir que Tua palavra é mais preciosa que o ouro puro e mais doce que os favos de mel. (Sl 19:10)
7. Justiça – Senhor, guie meus filhos para amar a justiça assim como tu a amas e para agir com justiça e tudo que fizerem. (Sl 11:7, Mq 6:8)
8. Misericórdia – Que meus filhos sempre sejam misericordiosos, tal como nosso Pai celestial. (Lc 6:36)
9. Respeito (por si mesmos, pelos outros e pelas autoridades) – Pai, que meus filhos possam prestar o devido respeito a todos, como a sua Palavra ensina. (1Pe 2:17)
10. Auto-estima bíblica – Que meus filhos possam desenvolver uma sólida auto-estima que se baseie no entendimento que eles são obras das mãos de Deus criados em Cristo Jesus. (Ef 2:10)
11. Fidelidade – Que o amor e a fidelidade nunca se apartem de meus filhos, mas que essas virtudes gêmeas sejam atadas ao redor de seus pescoços e escritas na tábua do seu coração. (Pv 3:3)
12. Coragem – Que meus filhos sejam sempre fortes e corajosos em seu caráter e em suas ações.
(Dt 31:6)
13. Pureza – Crie neles um coração puro, ó Deus, e que esta pureza de coração seja manifesta em suas ações. (Sl 51:10)
14. Gentileza – Senhor, que meus filhos sempre procurem ser gentis um com o outro e com as demais pessoas. (1Ts 5:15)
15. Generosidade – Permita que meus filhos sejam generosos e desejosos em repartir, e assim acumulem tesouros para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir. (1Tm 6:18-19)
16. Amantes da Paz – Deus de paz, ajude meus filhos para que façam todo esforço naquilo que conduz à paz. (Rm 14:19)
17. Alegria – Que os meus filhos sejam cheios da alegria que é dada pelo Espírito Santo. (1Ts 1:6)
18. Perseverança – Senhor, ensine meus filhos a serem perseverantes em tudo que fazerem, e ajude-os a perseverar especialmente para correr a carreira que lhes está proposta. (Hb 12:1)
19. Mansidão – Deus, por favor cultive em meus filhos a habilidade de demonstrar verdadeira mansidão para com todos. (Tt 3:2)
20. Compaixão – Senhor, por favor revista meus filhos com a virtude da compaixão. (Cl 3:12)
21. Responsabilidade – Permita que meus filhos desenvolvam responsabilidade, e cada um saiba carregar sua própria carga. (Gl 6:5)
22. Contentamento – Pai, ensine meus filhos a estarem contentes em toda e qualquer situação, por meio de Jesus, que lhes fortalece. (Fp 4:12-13)
23. Fé – Oro para que a fé brote e cresça no coração dos meus filhos, e que por ela alcancem o que lhes foi prometido. (Lc 17:5-6, Hb 11:1-40)
24. Um coração de Servos – Senhor, por favor ajude meus filhos a desenvolver um coração de servos, como se servissem ao Senhor e não aos homens. (Ef 6:7)
25. Esperança – Ó Deus de Esperança, permita que meus filhos possam transbordar de esperança no poder do Espírito Santo. (Rm 15:13)
26. Habilidade e vontade para o trabalho – Ensine meus filhos, ó Senhor, a valorizar o trabalho e a trabalhar com todo os seus corações, como se fazendo para o Senhor e não para homens. (Cl 3:23)
27. Paixão por Deus – Senhor, crie em meus filhos uma alma que se apega a ti, que se agarra apaixonadamente a ti. (Sl 63:8)
28. Disciplina – Pai, oro para que meus filhos adquiram uma vida disciplinada e prudente, fazendo sempre o que é justo, direito e correto. (Pv 1:3)
29. Prática de oração – Permita, Senhor, que meus filhos tenham uma vida marcada pela prática de oração, que eles aprendam a orar em todo o tempo no Espírito com todo tipo de orações e súplicas. (Ef 6:18)
30. Gratidão – Ajude que meus filhos vivam suas vidas transbordando em gratidão e sempre dando graças a Deus Pai em todas as coisas, em nome de Jesus Cristo. (Ef 5:20, Cl 2:7)
31. Coração para Missões – Senhor, por favor ajude meus filhos a desenvolver o desejo de ver a sua glória declarada entre as nações, e seus maravilhosos feitos entre todos os povos. (Sl 2:8, 96:3)
Depois de muitas semanas orando com essa lista pelos meus filhos, descobri um benefício adicional em meu programa de oração: quando orava junto com meus filhos a cada noite o Senhor me lembrava o tópico da lista sobre o qual havia orado pela manhã, assim repetia o pedido aos ouvidos de Aubrey e Aaron. Passado um tempo, eles começaram a ecoar meus pedidos, deixando fruir de sues corações as orações por virtudes e qualidades que eu desejava ver neles. Logo, o meu singelo roteiro de oração não havia mudado somente a maneira como eu orava, mas igualmente a oração de meus filhos, e, pela graça de Deus, a nossa vida também.

Sobre o Autor
Bob Hostetler é autor do premiado “Don’t Check Your Brains at the Door” (com Josh McDowell), e de “They Call me A.W.O.L.” Ele vive em Oxford, Ohio, com sua mulher, Robin, e dois filhos.

Treinamento para professores da EBD

TREINAMENTO PARA PROFESSORES DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – EBD

O professor da Escola Bíblica Dominical, deve estar preparado para o exercício de uma das mais nobres virtudes do ser humano em todo o tempo, que é o de ensinar. Em todo o mundo milhões e milhões de dólares são gastos todos os anos com o ensino e com a formação de novos professores. Na Igreja de Cristo não devia ser diferente, contudo não vemos a mesma ênfase que o mundo dá aos seus mestres, dentro de nossas igrejas.
Para o bom desempenho do professor da Escola Bíblica Dominical é preciso que ele esteja preparado para ensinar, pronto para discipular e pronto a exercer a liderança no grupo.
Durante o treinamento vamos abordar os temas a seguir enumerados como: “O Discipulado na E.B.D.”, “A Dicotomia Entre o Formado e o Leigo na E.B.D.” e “O Que é Preciso Para se Ter Uma Liderança Eficaz”.

1. ENSINO

Ensinar é uma das missões da igreja. Muitas igrejas se acham anêmicas espiritualmente porque não tem dado ênfase ao estudo da Palavra de Deus. Por falta de Profeta o povo se corrompe. O crente que não conhece a Bíblia está propenso a deixar-se levar por qualquer vento de doutrina que passa. O apóstolo Paulo tinha grande preocupação com relação a questão do ensino. Em Romanos 12:7, ele chamou a atenção escrevendo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino”.

1.1 Ministério da Educação Cristã

O ministério da educação cristã está associado com o ensino da Palavra de Deus no seio da igreja. Deste modo, é preciso que se tenha obreiros devidamente preparados e treinados para o exercício deste ministério. Muitas igrejas não tem dado o devido apoio a aqueles que tem se dedicado a Educação Cristã, contudo tem incorrido em uma falta muito grande, que é estar omissa as necessidades espirituais de seus membros.

1.2 Escola Bíblica Dominical

A Escola Bíblica Dominical tem como meta o ensino da Palavra de Deus. Ultimamente temos visto e ouvido de muito descaso nesta área por parte de algumas denominações. Preocupados com o esvaziamento da escola bíblica, muitos grupos tem conclamado congressos e simpósios para tratar do assunto, com vistas a ter-se uma sensível melhora nesta área. Sabemos que os problemas na área da Escola Bíblica Dominical são muitos e envolvem muitas questões. A freqüência à escola dominical tem caído muito nos últimos anos e de acordo com os dados estatísticos, se acha em torno de 50 a 60% de freqüentadores assíduos. A qualidade do ensino tem caído quase na mesma proporção. É preciso motivar as pessoas para que realmente sintam necessidades da busca de conhecimento da Palavra. Devemos dar prioridade ao ensino bíblico em nossas igrejas. Há igrejas evangélicas que tem substituído os assuntos inerentes a Bíblica por assuntos seculares, o que tem se tornado em instrumento de desmotivação de parte considerável dos membros, que preferem unicamente o estudo da Palavra.

1.3 Escola de Treinamento de Professores

Deve ser dado ênfase ao treinamento de pessoas vocacionadas para o ministério do ensino, oferecendo-lhes condições favoráveis para o seu devido preparo. A igreja, deve encaminhar os seus candidatos as Faculdades Teológicas para melhor se prepararem para exercerem esse ministério. Devemos ajudar a todos os irmãos que tem colocado suas vidas à disposição do Senhor, ingressando em uma Faculdade para se preparar, para melhor servir a causa do Mestre. Devemos colocá-los diante de Deus em nossas orações e ajudá-los financeiramente se necessário for. A Igreja, deve então, disponibilizar recursos de seu orçamento para a formação de novos Bacharéis em Teologia, não somente em Ministério Pastoral ou em Missões, mas também e principalmente em Ministério de Educação Cristã. Uma vez completado o curso teológico, o novo Bacharel em Educação Cristã, estará apto e credenciado para dar início ao seu ministério de ensinar a Palavra de Deus.

1.4 Unidade no Corpo de Cristo

A união ou comunhão na igreja é primordial, pelo que Jesus rogou ao Pai, dizendo: “… Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que os tens amado a eles como me tens amado a mim (João 17:21-23). Este é o grande ensino de Jesus acerca da comunhão e esta deve ser a grande meta da igreja de Jesus. Só há uma maneira do mundo crer que Deus enviou Jesus, se formos um com Ele, assim como Ele é um com o Pai. Só há uma maneira do mundo conhecer que Deus enviou a Jesus, se Jesus estiver em nós, assim como o Pai está em Jesus, se formos perfeitos em unidade, assim como Jesus é perfeito em unidade com o Pai. A comunhão na igreja começa na Escola Bíblica Dominical. É nela que os membros tem a oportunidade de aprender sobre a Palavra de Deus e participar com perguntas e colocações que enriquecem a todos. É o local apropriado para o membro expressar todas as suas dúvidas e todos os seus questionamentos colocando-os para fora. E, é acima de tudo, o local ideal para o exercício do discipulado.

1.5 Assessoramento do Pastor

O pastor é o líder da igreja e como tal deve ter uma vida exemplar diante de Deus e dos homens, de modo que a igreja possa ver em seu pastor um exemplo de servo de Cristo. Ele deve estar pronto para treinar, equipar e discipular os santos para melhor servirem a causa de Deus. O pastor deve ser paciente, longânimo, amoroso, e acima de tudo preparado para ensinar, exortar e edificar a igreja em Cristo. Deve ter participação ativa no ensino da Palavra de Deus, quer seja na Escola Bíblica Dominical ou no Púlpito. De modo que o ensino seja relevante em todos os seguimentos na vida da igreja.
O pastor deve ter presença assídua na E.B.D., de modo a estar pronto para auxiliar os professores a esclarecerem dúvidas principalmente as ligadas as doutrinas cristãs etc. Como ele não pode estar em todas as classes da E.B.D. ao mesmo tempo, deve programar-se de modo que possa visitar, em cada domingo uma determinada classe da E.B.D. Assim, o pastor estará dando toda assistência as ovelhas do rebanho, seja em qual for a situação. “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente; cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5:13-15). Este texto, dá indicação bastante clara do modo como a igreja, como toda deve se conduzir, mas principalmente os líderes e aí se inclui o pastor.

Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia

O trabalho eclesiástico e o trabalho da igreja

O TRABALHO ECLESIÁSTICO E O TRABALHO DA IGREJA

Tradicionalmente, o Pastor é o ministro da igreja. Ele tem uma gama de atividades para desempenhar dentro do exercício de seu ministério. No entanto, sabemos que é impossível ao Pastor ter um desempenho eficiente, ä frente da igreja.
Com raras exceções, diríamos que é possível administrar-se bem igrejas de pequeno porte. É evidente que existem dinâmicas diferentes em cada caso, e até mesmo pastores com perfis distintos, assim: um pastor poderá ter sucesso, administrando uma pequena igreja, enquanto que outros não teriam. Ainda assim, diríamos que o pastor deve ter o seu ministério compartilhado com outros membros da igreja, independentemente do porte desta igreja.
Para tanto, o pastor deve ser o líder que planeja as atividades na igreja, discipulando, treinando, e supervisionando os serviços dos membros que o ajudam no desempenho do seu ministério.
De acordo com a conclusão a que chegou o pastor Richard C. Halverson, após observar a sua igreja: existe distinção entre o trabalho eclesiástico e o trabalho da igreja. Passou então a pregar que cada crente é um ministro de Deus. Ainda assim, sua igreja não teria atividades nem para dez por cento de todos os seus membros.
O trabalho da igreja deve ser ampliado de modo que tenha como objetivo atingir o mundo sem Cristo. Já o trabalho eclesiástico deve estar limitado ao que for necessário para a boa condução das atividades primordiais.
Há igrejas que formam uma estrutura tão secularizada que mais parece uma empresa. A igreja que fica limitada às quatro paredes, não cresce, porque ela não faz, e as vezes não crê em missões, não evangeliza e não envia. É uma igreja egoísta, que só pensa em sua própria sobrevivência, descansando ä sombra da aboboreira como fez Jonas.
Aliás, existem muitas igrejas deste tipo. Não obedecem ao mandado de Jesus, e se sentem melhor quando estão distantes do campo. Muitas acham que não vale a pena pregar aos ímpios, porque pensam que o melhor é que sejam destruídos por Deus, em vez de alegrar-se com a possibilidade da conversão dos homens perdidos.
Ainda existe muita discriminação em nossas igrejas, quanto a pregação do evangelho ä prostitutas, ladrões, assaltantes, mendigos, drogados, aidéticos etc. Muitos vezes pessoas deste tipo são discriminadas quando chegam ä igreja. A maioria do membros se afastam delas, não compartilhando comunhão e não colaborando para o discipulado, porque preferem estar distantes. Por outro lado, muitos crentes tem se manifestado preocupados quanto aos novos convertidos, uma vez que ao chegar ä igreja, encontram um ambiente muito diferente do que se desejava que ele encontrasse. São escândalos e mais escândalos, falta de decência e ordem, má condução na obra de Deus, atitudes similares às do mundo etc, tem afastado muitos crentes novos.
Não existe envolvimento da igreja com as comunidades. A igreja continua muito distante da comunidade. Não existe nenhuma interação entre a igreja e a comunidade onde ela se localiza, principalmente nas capitais e cidades maiores. Nas cidades menores no interior do país, se observa maior participação da igreja no cotidiano da comunidade.
A igreja está deixando muito a desejar, com relação ao testemunho que deve dar diante do mundo com luz deste mesmo mundo e sal da terra, principalmente fazendo o bem a todos (Gal. 6:10). A missão da igreja como corpo de Cristo, é dar-se pelos perdidos, assim como Cristo deu-se por esta mesma igreja, que Ele adquiriu derramando a sua vida na morte e morte de cruz.
Todos os cristãos são ministros. Todos se fazem pescadores de homens em Cristo Jesus. Isto significa que os cristãos devem estar de contínuo pescando.
Os pastores devem ter a função de treinadores e discipuladores para que os crentes se equipem e se tornem autênticos ministros do evangelho para a conquista do mundo. Para tanto é preciso que as igrejas apoiem os ministros que são enviados, como apoiam os oficiais que atuam na igreja. Porque a Escritura diz: Todo aquele que invocar o nome do Senhor não será confundido (Rom 10:11). Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! (Rom. 10:13-15). Que a Igreja de Cristo se renove a cada dia no conhecimento e sabedoria de Deus para alcançar o mundo..

Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia

Page 2 of 28

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén