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Pastores em perigo

Pastores em perigo

PASTORES EM PERIGO

O escritor Jaime Kemp escreveu um livro que intitulou de Pastores em Perigo e foi fruto de sua experiência por longos anos. Foi fundador do Grupo “Vencedores por Cristo”, em 1968 e como líder deste grupo teve a oportunidade de, em suas inúmeras viagens por todo o Brasil, de norte a sul, hospedar-se em casa de pastores e com eles manter quase que um contínuo convívio.
Kemp, esteve também no exterior, visitando Portugal, a África e os Estados Unidos. Sendo atualmente o Diretor do “Ministério Lar Cristão”, e como tal, tem estado em diversos lugares do Brasil ministrando cursos para à família em geral. Do contato com pastores e com suas famílias, Kemp conheceu de perto todos os problemas que afligem não somente os pastores, mas suas esposas, e seus filhos. Viu pastores sérios e bem intencionados mas que, por desconhecimento ou por desobediência, quebravam princípios bíblicos e estavam na eminência de receberem dividendos vergonhosos. Viu de perto pastores lutando para realizarem-se, e neste processo, estavam esquecendo e negligenciando suas esposas e seus filhos. Viu pastores possuídos de atitudes dominadoras. Viu pastores com prioridades invertidas, muitos sendo tentados e caindo, deixando as esposas e os filhos amargurados. Viu igrejas divididas e totalmente desacreditadas. E a pergunta que muitas vezes fez a si mesmo foi: – como ficavam bairros e cidades inteiras diante do fracasso de um pastor? qual o valor que sua comunidade lhe atribuiria após a queda? Sentiu então o desejo e orientação de Deus, no sentido de escrever um livro que abordasse todas as questões que envolvem o dia a dia do obreiro, com a intenção de ajudá-los na solução dos seus problemas, espirituais, materiais, e de relacionamento, principalmente com as suas famílias e com a família de Deus.
Tem recebido semanalmente cartas, que segundo ele, cortam o coração de quem as lê. Algumas são de esposas de pastores pedindo socorro para a suas vidas, e para a vida de suas famílias. Outras são tristes e dão a convicção da necessidade dele escrever este livro.
Este livro não é negativo ou pessimista, muito pelo contrário é um livro realista e como tal uma ajuda preciosa para todos os pastores e líderes eclesiásticos.
Apesar de todo este embasamento, Kemp afirma que não se coloca na posição de “dono da verdade”, mas sim com temor e tremor diante de Deus e prefere tratar sua obra como uma conversa com seus colegas entre lutas e experiências, nas quais deseja fazer-se presente.
Afirma, que muito tem recebido dos pastores, e gostaria de retribuir-lhes com a sua participação, para que juntos pudessem encorajarem-se, e usando as palavras do apóstolo Paulo, trabalharem “…com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do serviço, para edificação do Corpo de Cristo!” (Ef. 4:12).
O livro é então uma exortação a uma vida de santificação, e de boas relações com os familiares, com a Igreja e com o próximo.
Seguindo esta corrente de pensamentos, Kemp trata de questões que parecem simples à primeira vista, mas que na verdade tem raízes profundas, determinando o temperamento e o comportamento de pastores e obreiros. Assim, uma boa “agenda” ajudará a manutenção de todas atividades pastorais sobre efetivo controle. Segundo Kemp: -“somos envolvidos pela tirania do urgente”, e com isso acabamos confundindo as coisas, colocando o urgente no lugar do que é mais importante. “As prioridades de Deus não são barulhentas, não exigem um atendimento imediato. Elas aguardam calma e pacientemente que compreendamos seu valor. Infelizmente, muitos pastores não equacionam suas próprias vidas, não identificando as prioridades de Deus. Outros, chegam a identificá-las, mas não as valorizam e nem praticam. A crise da tirania do urgente ataca o lar do pastor e seu relacionamento com sua esposa e filhos. Considero as esposas de pastores como as pessoas mais sacrificadas da igreja evangélica e, seus filhos, os mais incompreendidos”. A partir deste ponto o autor relata algumas experiências de esposas de pastores, entre elas a de uma irmã que afirmou que o seu marido gastava todo o seu tempo com a igreja e seus afazeres, não tendo tempo para disciplinar seus filhos, tendo delegado a ela essa total responsabilidade. Outras se queixam de que seus maridos não vivem o que pregam em seus púlpitos. Ainda outros, confessa uma esposa – “não tem autoridade para pregar e ensinar na igreja, porque, embora ninguém saiba, ele é um péssimo esposo e pai”. Dentro desta cosmovisão menciona quatro sintomas de uma vida familiar corrida e fora de controle, muito comum hoje em dia:
“Em primeiro lugar, vivemos em uma sociedade imediatista e impulsiva. Estamos acostumados a obter o que queremos, e de imediato. Somos levados a gastar muito de nosso tempo em outras atividades egoístas e descompromissadas.
Em segundo lugar, o pastor, marido e pai – e a esposa e mãe (que cada vez mais está trabalhando fora, às vezes forçada pelas circunstâncias, outras vezes pelo salário de seu esposo), são pressionadas a produzir sempre mais e a permanecer várias horas longe de casa. Com isso, as crianças são as maiores sacrificadas, pois estão sendo entregues a babás, creches e hotéis de bebês. Após um dia exaustivo de trânsito terrível nos grandes centros, os pais retornam à casa tão cansados e desmotivados que não tem o menor ânimo para desenvolver um relacionamento significativo com seus filhos.
Em terceiro lugar, a mídia explora a já agitada família, roubando assim o tempo que os cansados papai e mamãe poderiam ter com seus filhos.
As novelas bombardeiam os relacionamentos e valores familiares, transformando a ideia do divórcio em algo tão natural quanto a uma simples troca de roupa. Os filmes enlatados, por sua vez, comunicam que a vida consiste em riquezas, fama, beleza e inconformismo.
A divulgação constante de propaganda consumistas cria um clima de insatisfação ao transmitir um desejo obsessivo de possuir coisas, as quais muitas vezes não necessitamos realmente e que em nada contribuem para uma harmonia maior e melhor no relacionamento familiar. Isso, não mencionando que, às vezes, as adquirimos sem termos as necessárias condições financeiras.
Há uma constante onda de debates, em formato jornalístico inundando a família, indicando o que está acontecendo, com raríssimos porquês. Na verdade, não oferecem soluções práticas, ocasionando assim, mais desespero e desesperança.
Em quarto lugar, …parece que em nossa cultura cristã consideramos como sinal de maior espiritualidade o número excessivo de compromissos. Férias sempre vencidas, doze a quinze horas de trabalho diário, aparentam importância. Mas o prejuízo causado a família é imensurável.”
Apesar de todos estes sintomas ainda existe esperança segundo Kemp, basta alterar a qualidade de vida familiar do pastor. Melhorar o relacionamento com o seu cônjuge e desenvolver uma amizade verdadeira com os filhos. Contudo há um preço a ser pago e este preço é a disposição para mudar o estilo de vida que se tem levado até então. É preciso reavaliar a agenda; é preciso ter como prioridade a família.
Com base nesses fatos Kemp menciona algumas prioridades que devem nortear a vida familiar do pastor.
A primeira é dar-se a si mesmo antes de doar presentes aos filhos e a esposa. Um exemplo deste fato se verificou quando uma esposa se queixou para seu marido, afirmando que ele não a amava mais, embora ela tivesse muitos bens, jóias, carro do ano, casacos de pele caríssimos, a melhor casa da cidade e um negócio próspero. Todas estas coisas juntas, não supria a ausência de seu esposo que buscava a realização do patrimônio da família, sua realização pessoal, colocando sempre seus afazeres em primeiro lugar. Sua esposa e filhos estavam ficando em segundo plano. Uma boa orientação bíblica está em II Cor 8:5, onde o Apóstolo Paulo elogia os irmãos da Macedônia por terem dado a si mesmos à Cristo, antes de ofertarem para a obra. Aquele esposo ouviu a sua esposa dizer: “- querido, eu não quero as coisas que você me dá… quero você!!”. Muitas vezes esquecemos de dar a nós mesmos, esquecemos de direcionar todo o nosso carinho e todo o nosso amor para nossas esposas e para nossos filhos, colocando as coisas materiais em primeiro lugar.
Em segundo lugar, Kemp aborda que muitas vezes na ânsia de ver a igreja crescer; antes de ver a construção do templo concluída, antes de nos realizarmos ministerialmente, devemos nos realizar como bom pai e bom esposo. Escrevendo à Timóteo e a Tito, (I Tim 3:4-5 e Tito: 1:6), o apóstolo Paulo assegura que a ascensão não pode considerada um sucesso quando o preço pago é o de um lar em frangalhos. E, aí o autor conclui afirmando que: “- muitas pessoas se casam com a profissão; pastores e líderes com o ministério. Esquecem suas famílias e acabam cometendo um certo tipo de adultério”. Deste modo o lar deve vir antes de qualquer outra atividade, até mesmo antes das atividades da igreja.

Augusto Bello de Souza Filho
Bel. Em Teologia

admin

One thought on “Pastores em perigo

BrunoPublicado em  6:13 am - jul 30, 2018

Uma vez ouvi falar que muitos pastores americanos que vieram para o Brasil, voltavam para estudar sobre o comportamento humano. Acredito que o Brasil precisam de mais pessoas como Kemp para trabalhar com os pastores. Todos que ajudam precisam ser ajudados. O começo é humildade para reconhecer isso.

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