Textos, estudos e músicas.

Ano: 2018 Page 1 of 28

Uma igreja velha! Quero uma igreja velha!

UMA IGREJA VELHA! QUERO UMA IGREJA VELHA!

“Intolerâncias” é o título de artigo de Mauro Santayana, no “Jornal do Brasil”, de 12 de outubro. Começa assim: “Um fiel ‘desequilibrado’ da Assembléia de Deus apedrejou a imagem de Nossa Senhora, durante a procissão do Círio de Nazaré, em Belém. O ‘bispo’ da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, esmurrou e chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em programa de televisão visto por milhões de pessoas, faz dez anos hoje – e não era desequilibrado”.
Santayana segue: “Há mais ou menos um mês, outro ‘desequilibrado’ matou, a enxadadas, seus velhos patrões, um casal de japoneses, em chácara de Brasília. De acordo com as testemunhas, o assassino, convertido há alguns meses à mesma Igreja Universal, sentiu-se incumbido, pelo pastor, de ‘retirar os demônios’ do corpo dos anciãos.
Atemorizados, os patrões o despediram. Matou primeiro a patroa, e depois o patrão, a pedradas e a enxadadas, gritando que o fazia ’em nome do Senhor’. A Polícia fechou a igreja local”.
Não me direciono, aqui, contra a Universal. Creio serem coincidências os episódios em que ela é citada. A questão é outra. No passado, éramos chamados de “crentes” e éramos respeitados. Eu tinha 16 anos, trabalhava num escritório, na 7 de Setembro, no Rio. Numa noite, roubaram o cofre da empresa. A polícia veio investigar. Fim do expediente, eu precisava sair porque estudava. Um policial disse: “Deixa o menino ir. Ele é crente e crente não faz isso”.
Não era eu, como pessoa. Eram os crentes. Acima de suspeita. Depois viramos “evangélicos”. Alguns são “gospel”. Ora, vão para os Estados Unidos! Mas quando éramos respeitados, o caráter era trabalhado em nossas igrejas.
A ênfase mudou. Passou a ser o poder espiritual. Daí para o poder material e político foi um passo, porque não era o quebrantamento espiritual, mas poder espiritual para dominar. Nesta busca de poder, o que nos limitava foi posto de lado, pouco a pouco, a Bíblia. Porque ela estabelece padrões e limites.
Foi substituída por uma enxurrada de revelações, de profecias, de era do Espírito, onde líderes nem sempre sensatos fogem ao controle das Escrituras e ditam sua visão pessoal como palavra divina. O senso crítico se esvaiu. De pastor passou-se a bispo. De bispo a primaz. De primaz a apóstolo. De apóstolo a pai apóstolo. Uma megalomania que evidencia desequilíbrio gravíssimo. Como há desequilibrados em nossas igrejas! O evangelho produz saúde, não doença! Quem chama à sanidade espiritual emocional é frio, ressentido porque o rebanho não cresce.
A ética cedeu à celebração. Vale mais o culto festivo que o culto reflexivo, de análise da vida diante de Deus, de conserto, de afirmação de valores.
O narcisismo é chocante. Pasmei num congresso em que preguei. Um típico programa de auditório: música pauleira e manipulação. A entrada do cantor em palco foi doentia. Luzes apagadas, rufar de instrumentos, luzes sobre ele, de cabeça baixa, até levantá-la em ar triunfal. E a gritaria. Senti-me fisicamente mal. E envergonhado. Não foi isso que
aprendi na Bíblia.
A Convenção Batista Brasileira, em excelente documento, pede um Brasil novo, à luz dos gravíssimos casos de corrupção no país. Mas junto com o Brasil novo precisamos clamar por “uma igreja velha”. Uma igreja velha, sim.
Uma igreja antiga. Uma igreja em que a Bíblia seja pregada, em que a crença no poder do Espírito para fazer a obra crescer nos leve a prescindir de atos desonestos, de manipulações e de extorsão na contribuição.
Uma igreja velha em que evangelizemos, e não agridamos. Em que aceitemos o crescimento dado pelo Espírito, e não o de “marketing”. Uma igreja velha, onde caráter seja mais importante que os nomes de figurões usados para adornar a igreja.
Uma igreja velha em que o evangelho não ceda lugar à convivência amiga, sem contestações e sem exigências, “porque precisamos atrair as pessoas”. Uma igreja velha que pregue Jesus e não política.
E que não chame de “alienados” os que pregam que “Jesus salva” e que só Jesus pode mudar o mundo. Que minha igreja, que aprendi a amar, seja uma igreja velha. Cheia de “crentes” e não de “gospéis” (céus!).
Se ela não quiser, este pastor maduro, que se sente “velho”, terá que buscar uma “igreja velha”. Mas está tão difícil achar crentes “velhos” e “igrejas velhas”!

Isaltino Gomes Coelho Filho

O nome Talita

Em Mateus 9:23-26, 4 versículos relatam a história da filha do Chefe da Sinagoga, vejam:

23 Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço,
24 disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.
25 Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou.
26 E espalhou-se a notícia disso por toda aquela terra.

Quem foi José do Egito?

Quem foi José do Egito?

José do Egito, como ficou conhecido é o penúltimo dos filhos de Jacó, neto de Isaque e bisneto de Abraão e Sara.

Assim, José é hebreu. Sua mãe se chamava Raquel. Quando e nasceu seu pai (Jacó) trabalhava para o seu tio (tio de Jacó) chamado Labão. Jacó foi para as terras de seu tio fugindo da ira de Esaú que queria matá-lo porque havia recebido a bênção de seu pai Isaque, enganando o velho se fazendo passar por Esaú. Por isso fugiu e foi morar com Labão, que era irmão de sua mãe que se chamava Rebeca. Lá, Jaco se apaixonou pela prima chamada Lea, mas na noite de núpcias Labão entregou a Jacó para desposar a filha mais velha, porque era tradição casar-se primeiro a mais velha, assim Jaco foi enganado e dormiu com a mulher errada, quando descobriu tudo, era marido de Raquel que deu à luz mais tarde a José. Jacó havia trabalhado sete anos para adquirir o direito de desposar Léa. Labão não deixou por menos. Para ele ter o amor de sua vida – Lea, teve que trabalhar mais sete anos.

Jacó enquanto esteve com seu tio Labão, teve filhos com Raquel, com Lea e com as duas empregadas de suas mulheres, com a anuência destas, no total de sete. Vamos parar com a história do pai e voltar para a do filho.

Jacó era louco por este filho que era o mais novo. Quando já era um jovem, José sonhou que seus 10 irmãos tinham feixes de lenha sobre as suas cabeças e todos feixes se inclinavam diante de seu feixe. Este sonho deixou os seus irmãos perturbados e morrendo de raiva de José, porque perceberam que José estava dizendo que eles todos se inclinariam perante ele (José). Depois de José, Raquel deu a luz a mais um filho de Jacó, que se chamou de Benjamim.

José com dezessete anos costuma espionar os seus irmãos mais velhos e trazia notícias para seu pai, veja:

Gênesis 17:2

“Estas são as gerações de Jacó. José, aos dezessete anos de idade, estava com seus irmãos apascentando os rebanhos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia a seu pai más notícias a respeito deles.”

José, era o filho que Jacó mais amava, veja:

Gênesis 17:3

“Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.”

Por causa dos relatos de José e seus sonhos os irmãos o odiavam mais e mais, veja:

Gênesis 17:5

“José teve um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.”

José sonhava muito, veja:

Gênesis 17:9

“Teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo: Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam perante mim.”

Assim, Jacó pediu que José fosse ver como estavam seus irmãos, e estes se aproveitaram quando José apareceu, para descarregarem o seu ódio contra ele (José). Tomaram a túnica que seu pai costurou e queriam matá-lo mais um de seus irmãos não o permitiu e deixou que jogassem ele em um poço profundo para morrer, veja:

Gênesis 37:28

“Ao passarem os negociantes midianitas, tiraram José, alçando-o da cova, e venderam-no por vinte siclos de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito.”

No Egito José foi vendido a Potifar, veja:

Gênesis 37:36

“Os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.”

Gênesis 39:1

“José foi levado ao Egito; e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o haviam levado para lá.”

Lá no Egito ia tudo bem e tudo que José fazia dava certo e Potifar o colocou como mordomo de sua casa.

Gênesis 39:5

“Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo.”

José era bonito e tinha o corpo bem feito, veja:

“Potifar deixou tudo na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. Ora, José era formoso de porte e de semblante.”

A mulher de Potifar se apaixonou por José e queria que ele fosse para a cama com ela, veja:

Gênesis 39:7

“E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os olhos em José, e lhe disse: Deita-te comigo.”

Ela assediava José constantemente, mas José se recusava, veja:

Gênesis 39:10

“Entretanto, ela instava com José dia após dia; ele, porém, não lhe dava ouvidos, para se deitar com ela, ou estar com ela.”

Quando ela viu que José não iria para a cama satisfazê-la, armou um escândalo para que todos imaginassem que José havia tentado possuí-la à força, tendo deixando com ela a sua capa, veja no relato de Gênesis 39:11-23.
No Capítulo 40 de Gênesis do versículo 1 a 23, continua a história de José na prisão. O Rei manda tirar José da prisão, conta-lhe sonhos que José interpreta. José é constituído Governador sobre o Egito, acima da autoridade de José estava somente o Rei.
José se casa e nasce filhos, leia no capítulo 41.
Depois há realmente uma grande fome no mundo de então e a família de José (seus irmãos) aparecem no Egito e José os reconhece. José, manda que seus irmãos tragam seu irmão mais novo. Benjamim, vai ao Egito e Jacó diz que se algo acontecer a Benjamim, tal qual a José ele morrerá de desgosto e tristeza, mas acaba deixando que Benjamim vá ao Egito com os seus meio irmãos, lei no capítulo 42.
A história continua no Capítulo 43, 44.

No capítulo a seguir, José se revela a seus irmãos e chora copiosamente. No final do Capítulo seu pai se alegra muito e deseja vê-lo antes que morra, veja no capítulo 45.

No capítulo 46, Jacó desce para o Egito e Deus lhe fala para não temer. José ensina a seus irmãos como devem falar ao Faraó, veja no capítulo 46.
José, fala ao Faraó sobre sua família no próximo capítulo e ao final do capítulo, Jacó pede a Jose sob juramento que após sua morte seus ossos sejam levados para Canaã e seja sepultado junto às sepulturas de Isaque e Rebeca, veja, no capítulo 47.
No próximo capítulo José leva seus filhos para o seu pai abençoar, veja no capítulo 48.
No próximo capítulo o pai de José abençoa os seus filhos e morre, leia no capítulo 49.

José, pede ao Faraó que o deixe ir enterrar seu pai no local em que Jacó pediu. No final do capítulo José morre também, aos 110 anos de idade, leia no capítulo 50.
GÊNESIS 50

1 Então José se lançou sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele e o beijou.

2 E José ordenou a seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel.

3 Cumpriram-se-lhe quarenta dias, porque assim se cumprem os dias de embalsamação; e os egípcios o choraram setenta dias.

4 Passados, pois, os dias de seu choro, disse José à casa de Faraó: Se
agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:

5 Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, deixa-me subir, peço-te, e sepultar meu pai; então voltarei.

6 Respondeu Faraó: Sobe, e sepulta teu pai, como ele te fez jurar.

7 Subiu, pois, José para sepultar a seu pai; e com ele subiram todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito,
8 como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus pequeninos, os seus rebanhos e o seu gado.

9 E subiram com ele tanto carros como gente a cavalo; de modo que o concurso foi mui grande.

10 Chegando eles à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali um grande e forte pranto; assim fez José por seu pai um grande pranto por sete dias.

11 Os moradores da terra, os cananeus, vendo o pranto na eira de Atade, disseram: Grande pranto é este dos egípcios; pelo que o lugar foi chamado Abel-Mizraim, o qual está além do Jordão.

12 Assim os filhos de Jacó lhe fizeram como ele lhes ordenara;
13 pois o levaram para a terra de Canaã, e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, como propriedade de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre.
14 Depois de haver sepultado seu pai, José voltou para o Egito, ele, seus irmãos, e todos os que com ele haviam subido para sepultar seu pai.

15 Vendo os irmãos de José que seu pai estava morto, disseram:
Porventura José nos odiará e nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.

16 Então mandaram dizer a José: Teu pai, antes da sua morte, nos ordenou:

17 Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.

18 Depois vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis que nós somos teus servos.

19 Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em lugar de Deus?

20 Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida.

21 Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei, a vós e a vossos filhinhos. Assim ele os consolou, e lhes falou ao coração.

22 José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu cento e dez anos.

23 E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.
24 Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.

25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos.

26 Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.

Esta é a biografia de José, uma das maiores dentre os personagens da Bíblia.

Augusto Bello de Souza Filho
Bel. Em Teologia – Brasília (DF)
(Textos da versão de João Ferreira de Almeida Atualizada)

Cinco provas de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus

CINCO PROVAS DE AQUINO SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS

1ª A movimentação das coisas que existem no mundo.

2ª A conservação ou a dependência de todas as coisas. Se jogarmos alguma coisa estaremos provocando uma movimentação. Todas as coisas dependem umas das outras ou se relacionam entre si. Existe uma hierarquia. Deve existir uma primeira causa. Deve existir uma suprema causa.

3ª Surgimento e desaparecimento das coisas. As coisas existem ou não existem. Hipótese de tempo. Tudo o que é perecível perece. Nada pode chegar a existir do nada.

4ª Existem graus de bondade e perfeição. Existe uma suma perfeição. Moralidade e bondade são atributos de Deus.

5ª Cooperação de coisas materiais. Ordem cósmica. Coisas não inteligentes não podem cooperar, por isso deve existir um autor que faz com que tudo funcione no mundo apesar das diferenças.

Pastores em perigo

PASTORES EM PERIGO

O escritor Jaime Kemp escreveu um livro que intitulou de Pastores em Perigo e foi fruto de sua experiência por longos anos. Foi fundador do Grupo “Vencedores por Cristo”, em 1968 e como líder deste grupo teve a oportunidade de, em suas inúmeras viagens por todo o Brasil, de norte a sul, hospedar-se em casa de pastores e com eles manter quase que um contínuo convívio.
Kemp, esteve também no exterior, visitando Portugal, a África e os Estados Unidos. Sendo atualmente o Diretor do “Ministério Lar Cristão”, e como tal, tem estado em diversos lugares do Brasil ministrando cursos para à família em geral. Do contato com pastores e com suas famílias, Kemp conheceu de perto todos os problemas que afligem não somente os pastores, mas suas esposas, e seus filhos. Viu pastores sérios e bem intencionados mas que, por desconhecimento ou por desobediência, quebravam princípios bíblicos e estavam na eminência de receberem dividendos vergonhosos. Viu de perto pastores lutando para realizarem-se, e neste processo, estavam esquecendo e negligenciando suas esposas e seus filhos. Viu pastores possuídos de atitudes dominadoras. Viu pastores com prioridades invertidas, muitos sendo tentados e caindo, deixando as esposas e os filhos amargurados. Viu igrejas divididas e totalmente desacreditadas. E a pergunta que muitas vezes fez a si mesmo foi: – como ficavam bairros e cidades inteiras diante do fracasso de um pastor? qual o valor que sua comunidade lhe atribuiria após a queda? Sentiu então o desejo e orientação de Deus, no sentido de escrever um livro que abordasse todas as questões que envolvem o dia a dia do obreiro, com a intenção de ajudá-los na solução dos seus problemas, espirituais, materiais, e de relacionamento, principalmente com as suas famílias e com a família de Deus.
Tem recebido semanalmente cartas, que segundo ele, cortam o coração de quem as lê. Algumas são de esposas de pastores pedindo socorro para a suas vidas, e para a vida de suas famílias. Outras são tristes e dão a convicção da necessidade dele escrever este livro.
Este livro não é negativo ou pessimista, muito pelo contrário é um livro realista e como tal uma ajuda preciosa para todos os pastores e líderes eclesiásticos.
Apesar de todo este embasamento, Kemp afirma que não se coloca na posição de “dono da verdade”, mas sim com temor e tremor diante de Deus e prefere tratar sua obra como uma conversa com seus colegas entre lutas e experiências, nas quais deseja fazer-se presente.
Afirma, que muito tem recebido dos pastores, e gostaria de retribuir-lhes com a sua participação, para que juntos pudessem encorajarem-se, e usando as palavras do apóstolo Paulo, trabalharem “…com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do serviço, para edificação do Corpo de Cristo!” (Ef. 4:12).
O livro é então uma exortação a uma vida de santificação, e de boas relações com os familiares, com a Igreja e com o próximo.
Seguindo esta corrente de pensamentos, Kemp trata de questões que parecem simples à primeira vista, mas que na verdade tem raízes profundas, determinando o temperamento e o comportamento de pastores e obreiros. Assim, uma boa “agenda” ajudará a manutenção de todas atividades pastorais sobre efetivo controle. Segundo Kemp: -“somos envolvidos pela tirania do urgente”, e com isso acabamos confundindo as coisas, colocando o urgente no lugar do que é mais importante. “As prioridades de Deus não são barulhentas, não exigem um atendimento imediato. Elas aguardam calma e pacientemente que compreendamos seu valor. Infelizmente, muitos pastores não equacionam suas próprias vidas, não identificando as prioridades de Deus. Outros, chegam a identificá-las, mas não as valorizam e nem praticam. A crise da tirania do urgente ataca o lar do pastor e seu relacionamento com sua esposa e filhos. Considero as esposas de pastores como as pessoas mais sacrificadas da igreja evangélica e, seus filhos, os mais incompreendidos”. A partir deste ponto o autor relata algumas experiências de esposas de pastores, entre elas a de uma irmã que afirmou que o seu marido gastava todo o seu tempo com a igreja e seus afazeres, não tendo tempo para disciplinar seus filhos, tendo delegado a ela essa total responsabilidade. Outras se queixam de que seus maridos não vivem o que pregam em seus púlpitos. Ainda outros, confessa uma esposa – “não tem autoridade para pregar e ensinar na igreja, porque, embora ninguém saiba, ele é um péssimo esposo e pai”. Dentro desta cosmovisão menciona quatro sintomas de uma vida familiar corrida e fora de controle, muito comum hoje em dia:
“Em primeiro lugar, vivemos em uma sociedade imediatista e impulsiva. Estamos acostumados a obter o que queremos, e de imediato. Somos levados a gastar muito de nosso tempo em outras atividades egoístas e descompromissadas.
Em segundo lugar, o pastor, marido e pai – e a esposa e mãe (que cada vez mais está trabalhando fora, às vezes forçada pelas circunstâncias, outras vezes pelo salário de seu esposo), são pressionadas a produzir sempre mais e a permanecer várias horas longe de casa. Com isso, as crianças são as maiores sacrificadas, pois estão sendo entregues a babás, creches e hotéis de bebês. Após um dia exaustivo de trânsito terrível nos grandes centros, os pais retornam à casa tão cansados e desmotivados que não tem o menor ânimo para desenvolver um relacionamento significativo com seus filhos.
Em terceiro lugar, a mídia explora a já agitada família, roubando assim o tempo que os cansados papai e mamãe poderiam ter com seus filhos.
As novelas bombardeiam os relacionamentos e valores familiares, transformando a ideia do divórcio em algo tão natural quanto a uma simples troca de roupa. Os filmes enlatados, por sua vez, comunicam que a vida consiste em riquezas, fama, beleza e inconformismo.
A divulgação constante de propaganda consumistas cria um clima de insatisfação ao transmitir um desejo obsessivo de possuir coisas, as quais muitas vezes não necessitamos realmente e que em nada contribuem para uma harmonia maior e melhor no relacionamento familiar. Isso, não mencionando que, às vezes, as adquirimos sem termos as necessárias condições financeiras.
Há uma constante onda de debates, em formato jornalístico inundando a família, indicando o que está acontecendo, com raríssimos porquês. Na verdade, não oferecem soluções práticas, ocasionando assim, mais desespero e desesperança.
Em quarto lugar, …parece que em nossa cultura cristã consideramos como sinal de maior espiritualidade o número excessivo de compromissos. Férias sempre vencidas, doze a quinze horas de trabalho diário, aparentam importância. Mas o prejuízo causado a família é imensurável.”
Apesar de todos estes sintomas ainda existe esperança segundo Kemp, basta alterar a qualidade de vida familiar do pastor. Melhorar o relacionamento com o seu cônjuge e desenvolver uma amizade verdadeira com os filhos. Contudo há um preço a ser pago e este preço é a disposição para mudar o estilo de vida que se tem levado até então. É preciso reavaliar a agenda; é preciso ter como prioridade a família.
Com base nesses fatos Kemp menciona algumas prioridades que devem nortear a vida familiar do pastor.
A primeira é dar-se a si mesmo antes de doar presentes aos filhos e a esposa. Um exemplo deste fato se verificou quando uma esposa se queixou para seu marido, afirmando que ele não a amava mais, embora ela tivesse muitos bens, jóias, carro do ano, casacos de pele caríssimos, a melhor casa da cidade e um negócio próspero. Todas estas coisas juntas, não supria a ausência de seu esposo que buscava a realização do patrimônio da família, sua realização pessoal, colocando sempre seus afazeres em primeiro lugar. Sua esposa e filhos estavam ficando em segundo plano. Uma boa orientação bíblica está em II Cor 8:5, onde o Apóstolo Paulo elogia os irmãos da Macedônia por terem dado a si mesmos à Cristo, antes de ofertarem para a obra. Aquele esposo ouviu a sua esposa dizer: “- querido, eu não quero as coisas que você me dá… quero você!!”. Muitas vezes esquecemos de dar a nós mesmos, esquecemos de direcionar todo o nosso carinho e todo o nosso amor para nossas esposas e para nossos filhos, colocando as coisas materiais em primeiro lugar.
Em segundo lugar, Kemp aborda que muitas vezes na ânsia de ver a igreja crescer; antes de ver a construção do templo concluída, antes de nos realizarmos ministerialmente, devemos nos realizar como bom pai e bom esposo. Escrevendo à Timóteo e a Tito, (I Tim 3:4-5 e Tito: 1:6), o apóstolo Paulo assegura que a ascensão não pode considerada um sucesso quando o preço pago é o de um lar em frangalhos. E, aí o autor conclui afirmando que: “- muitas pessoas se casam com a profissão; pastores e líderes com o ministério. Esquecem suas famílias e acabam cometendo um certo tipo de adultério”. Deste modo o lar deve vir antes de qualquer outra atividade, até mesmo antes das atividades da igreja.

Augusto Bello de Souza Filho
Bel. Em Teologia

O pastor e o ministro de música

O QUE TODO PASTOR DEVIA DIZER AO SEU MINISTRO DE MÚSICA

1) Exerça o seu ministério com a convicção de que Deus é soberano e digno de toda a adoração e nós, como seus filhos, devemos adorá-lo em reverência à sua presença entre nós, tendo a consciência de que com isso, estamos servindo ao Senhor.

2) Busque toda a sua inspiração para a atividade musical da Igreja na Palavra de Deus, que nos mostra Deus e sua vontade, interpretada através da orientação do Espírito Santo, que nos usa como seus instrumentos proclamadores e deseja o nosso crescimento pessoal e Integração no corpo de Cristo.

3) Certique-se de que possui uma experiência genuína de conversão a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

4) Esteja integrado à vida da Igreja como mordomo fiel.

5) Não se esqueça de dar testemunho de uma nova vida com Cristo para os que estão de fora.

6) Cultive uma vida devocional à altura de um cristão autêntico, baseada na prática regular da oração e da leitura da Bíblia.

7) Tenha consciência plena de que o seu ministério visa unicamente conduzir a Igreja à adoração a Deus como Senhor soberano, como parte de nosso serviço cristão, procurando fazê-lo através das mais diversas formas e expressões musicais convenientes à ética cristã, de maneira cada vez mais eficiente.

8) Tenha como pressupostos de seu trabalho: a concepção da soberania de Deus, em que Ele é o Pai, Senhor e Criador e, nós, seus filhos, servos e criatura; o o entendimento de que a Bíblia, como a Palavra de Deus, é a nossa fonte de inspiração; a compreensão de que a música sacra é aquela que trata das verdades bíblicas, cuja melodia conduz a um encontro genuíno com o Senhor, independente de seu estilo; a constatação de que tanto Jesus quanto a igreja primitiva fizeram uso da música durante as suas celebrações; a compreensão de que adoração é reconhecimento e que, por isso, devemos fazer o melhor; o conceito de que a adoração pública é um forte instrumento de proclamação e de ensino; a certeza de que a adoração será o nosso serviço na eternidade.

9) Tenha como objetivos de seu ministério: estimular aos crentes de um modo geral a celebrarem a grandeza de Deus e sua soberania; conduzir os participantes de cada culto a se sentirem na Presença de Deus; promover o companheirismo entre os músicos e participantes do Ministério de Música; promover a formação contínua e o despertamento de novos talentos para o trabalho musical e de adoração.

10) Sempre que for elaborar uma ordem ou dinâmica de culto, leve em consideração: o programa de pregação do Pastor; uma seqüência didática e coerente de temas; a prioridade do canto congregacional em relação às músicas especiais; o tratamento igual para os cânticos e hinos
cantados pela congregação; a preferência maior ao canto expresso por grupos (como coros,
conjuntos, quartetos), em relação aos solos, nos momentos de música especial nos cultos; o estímulo ao surgimento de novos valores, usando-os durante os cultos na medida do possível.

11) Ao dirigir ou orientar a direção de cada parte do culto, ou mesmo ao relacionar-se com pessoas, cultive a cordialidade e faça-se tudo com empatia.

12) E, finalmente, veja o seu pastor como um amigo e trate-o como tal. Mesmo que eventualmente não pareça, mas ele quer o melhor para o serviço do Reino. E você é parte indispensável dele. Todos nós precisamos ser apascentados.

E seja uma bênção!

Pr. Irenio Silveira Chaves

A cultura pop chegou para ficar?

Operado de uma simples hérnia, vi-me obrigado a uma razoável quarentena em casa. Com bastante tempo à minha disposição resolvi, por um dia, mergulhar no mundo televisivo. Liguei minha Sony e, com o controle remoto na mão, viajei, via cabo, às diversas opções oferecidas pela mídia eletrônica. À noite, senti-me vencido. O que assisti não era lazer, tampouco cultura. Era pura perda de tempo. Cada dia mais me espanto com a superficialidade de minha geração. Na televisão, os noticiários estão cada vez mais rasos; evitam os temas relevantes, fogem da discussão imparcial. A “ratinização” dos programas de auditório chega a agredir o bom senso. A dramaturgia das novelas é um acinte à arte teatral. Os diálogos são patéticos. Bons atores são logo substituídos por moças e rapazes bonitinhos. Não sabendo representar, mecanicamente repetem scripts. Os programas infantis em nada educam. Simplesmente enchem os cofres de suas apresentadoras, que nada têm na cabeça e que ensinam comportamentos éticos, no mínimo, questionáveis. Na música, as letras medíocres, para fazer sucesso, necessitam apelar para sentidos ambíguos. Os rebolados das dançarinas tentam compensar a rima pobre. Os grandes poetas e músicos se esforçam, mas parecem carecer da inspiração de tempos não muito antigos, quando escreviam e cantavam com maestria. Os filmes, fazendo apologia da violência, exploram o macabro e o terror. Não conseguem criar tramas inteligentes. Mostram-se, diante de nossas telas, produções com enredos repetitivos, direção mal feita; claramente produzidos para dar lucro. Filmes destituídos do ideal de fazer arte. As revistas que entulham as bancas e os livros que aparecem nas listas dos best-sellers são risíveis, sob o ponto de vista literário. Os estudiosos de nossos tempos dizem que uma das características da pós-modernidade é a falência da chamada “alta cultura” e a emergência da “cultura pop”. Por “alta cultura” devemos entender como o esforço humano de dar estrutura à vida. É a complexa produção > humana que inclui o saber, crenças, arte, moral, leis, costumes e todas as expressões humanas. A cultura pop fortaleceu-se com a massificação dos meios de comunicação. A indústria da informação e do lazer, que oferece um franco acesso ao conhecimento, vagarosamente nivelou a produção cultural por baixo. Hoje, poucos conhecem Shakespeare, nunca leram Dostoievski, mal saberiam mencionar algum livro de Machado de Assis ou de Graciliano Ramos. Rapazes e moças detestariam uma ópera de Wagner ou de Carlos Gomes. A grande maioria nunca leu Carlos Drummond e nem sabe dizer quem foi Fernando Pessoa. Em compensação, conhece bem os filmes de Van Damme e do Bruce Willis. Gosta de ler Paulo Coelho e canta as músicas do Tchan. Meninos e meninas ainda cantarolam as letras dos Mamonas Assassinas. Diariamente acompanham a novela das oito, dando-lhe índices de audiência acima de cinqüenta pontos. Adolescentes deliram com a mocinha vestida em roupas íntimas, insinuando cenas de sado-masoquismo. O ocidente termina o século XX impregnado de uma cultura pop, que Richard Hamilton, artista inglês, conseguiu descrever como: “dirigida às massas, compreensível sem exigir reflexão, facilmente substituível por outra emoção, produzida às pressas, sensual, glamorosa, aética e sempre visando o máximo de lucro”. A produção cultural do ocidente empobreceu. Daí a pertinência do lamento de T. S. Eliot: “Onde está a vida que perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos com o conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos com a informação? Os ciclos do céu em vinte séculos nos levaram para mais longe de Deus e mais próximos do pó.” Mais triste é constatar que a igreja também foi afetada por essa cultura de massas. Primeiro nos Estados Unidos, depois na Europa e agora na América Latina, há uma forte tendência de transformar a igreja em big business. Pior, big business do lazer espiritual. Pastores e padres abandonaram sua vocação de portadores de boas novas. Assumiram novos papéis: animadores de auditórios e levantadores de fundos. O púlpito transformou-se em mero palco. A igreja, simples plateia. O clero arremedou a fama dos artistas. Com estilos de vida extravagantes e caros inebriam as multidões que também almejam galgar a celebridade. Outros enxergaram-se como empresários, vestiram-se como empresários e, pasme, contrataram guarda-costas armados para se protegerem. Acham-se sequestráveis. Os cultos já não estão centrados na máxima de João Batista: “importa que Ele cresça e que eu diminua”. Sermões podem ser facilmente confundidos com palestras de neuro linguística. Cantores e “artistas” se atropelam, querendo renome e gordos cachês. O cristianismo ocidental não conseguiu salgar, perdeu o sabor e conformou-se em ser raso. Os vendilhões do templo voltaram e armaram suas tendas. Infelizmente, atraem-se grandes multidões não pela força argumentativa do evangelho, mas pelo bem concatenado marketing. Impressionam-se as plateias pela capacidade de aproximar a linguagem religiosa da cultura pop e não por propor conteúdos sólidos de vida. Até pouco tempo, as igrejas neopentecostais acreditavam que seu descomunal crescimento vinha de uma bênção especial de Deus sobre suas novas propostas de prosperidade. Hoje, a explosão pop do catolicismo já atrai multidões tão numerosas quanto as dessas bem sucedidas igrejas evangélicas. Prova-se assim que qualquer credo ou confissão religiosa que souber promover um culto com as mesmas características da cultura pop também experimentará um crescimento vertiginoso. Sempre que a igreja começou a percorrer uma senda perigosa e a aproximar-se dos sistemas doentes que deveria denunciar, houve fortes movimentos contrários. Quando Roma parecia estar à venda e o clero católico se emaranhou com o poder dos reis, as ordens monásticas apareceram. Quando Tetzel vendeu indulgências, prometendo menos sofrimento no purgatório em troca de algumas moedas, Lutero protestou. Quando a igreja protestante se institucionalizou e perdeu relevância, surgiram os anabatistas propondo a separação radical da igreja e do estado. Quando a rigidez teológica tentava sufocar a ação de Deus, os pentecostais levantaram-se mostrando que ele age como quer e não respeita as sistematizações humanas. Precisamos de novos movimentos de reforma e protesto dentro do cristianismo ocidental. Os desafios de hoje requerem que os pastores voltem a “apascentar o rebanho de Deus, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto” (I Pe 5.2). Que as igrejas sejam espaços de fraternidade onde nos revestimos como “eleitos de Deus, santos, e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12). Diante do estrelismo, os pastores precisam optar pela discrição; reaprender a ser singelos de coração. Devem lembrar-se de uma citação antiga: “A glória é como um círculo n’água que nunca deixa de aumentar, até que por força de seu próprio crescimento dispersa-se em nada”. O crescimento numérico das igrejas engana. Tem mais a ver com fenômenos sociais que uma legítima ação do Espírito Santo. Líderes religiosos devem evitar essa corrida insana de notoriedade. A riqueza e popularidade de alguns nada significa nas realidades espirituais. Euclides da Cunha advertia em Os Sertões: “Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas”. Deixemos que o apóstolo Paulo fale novamente aos nossos corações: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E na verdade, tenho também por perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8). A igreja será sal e luz, somente quando caminhar na rota inversa das tendências de sua geração e mostrar-se simples em suas ambições. Caso contrário, continuará dizendo a si mesma: Estou rica e abastada e não preciso de coisa alguma”. Mas ouvirá de Cristo: “Não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre cega e nua.” Que Deus nos ajude a comprar ouro refinado pelo fogo para nos enriquecer, vestiduras brancas para nos vestir, a fim de não ser manifesta a vergonha da nossa nudez. Compremos colírio para ungir os nossos olhos e vejamos (Ap. 3.17-18).

Autor: Ricardo Gondim Rodrigues

Fatores que favoreceram a expansão do evangelho

FATORES QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DO EVANGELHO

1. FATORES PROVENIENTES DOS GREGOS

1.1 Língua Grega
1.2 Cultura largamente difundida
1.3 Insatisfação com a religião tradicional
1.4 Argumentos dos filósofos a favor de um só Ser Supremo
1.5 Pensamentos gregos sobre o Logos, a Razão
1.6 Considerações sobre a alma, a virtude, e a imortalidade
1.7 Ensinos sobre a ética pregada pelos Estoicos

2. FATORES PROVENIENTES DOS JUDEUS

2.1 Monoteísmo
2.2 Esperança messiânica
2.3 Velho Testamento como base para entender o Messias (400 a.C.)
2.4 Tradução da Septuaginta – LXX (200 a.C.)
2.5 Sacrifícios e perdão com a consciência de pecado
2.6 Alto padrão moral
2.7 Grande rede de Sinagogas erguidas durante a dispersão

3. FATORES PROVENIENTES DOS ROMANOS

3.1 A “paz Romana”
3.2 Unidade política, englobando o mediterrâneo
3.3 Estradas + extermínio dos piratas »»» facilidades
3.4 Lei Romana
3.5 Utilização da língua e da cultura Gregas
3.6 Crescimento de grandes cidades cosmopolitanas
3.7 Tolerância geral a diversas religiões

Todos os fatores que se verificaram entre 30 a.C. a 400 d.C. constituindo-se no que o Apóstolo Paulo chamou de “plenitude dos tempos” (Gal. 4:4).

ALGUMAS CONDIÇÕES NO IMPÉRIO ROMANO

Satisfação pessoal
1. Muitas pessoas em movimento
2. Perda da independência nacional – nova psicologia do império
3. Sentimento de insegurança pessoal
4. Fracasso da religião tradicional e da filosofia

Condições favoráveis para aceitar o amor de Deus

5. Muitas pessoas analfabetas ou mal formadas
6. Milhares de escravos
7. Abismo entre ricos e pobres
8. Crueldade, infaticidio, aborto, e adultério

Contra o cristianismo

9. Matança nos estádios
10.Corridas e outros espetáculos
11. Astrologia
12. Novas religiões e sincretismos
13. Imoralidade ligada aos templos pagãos
14. Começo do gnosticismo

Augusto Bello de Souza Filho
Bel em Teologia

A semente entre os espinhos e o caminho estreito

A SEMENTE ENTRE OS ESPINHOS E O CAMINHO ESTREITO

Estamos vivendo dias terríveis. Muitos compromissos a serem cumpridos, muitas decisões a serem tomadas. Dizem os antigos que os dias de hoje são mais curtos que os de antigamente. Cada vez mais nos faltam tempo, e o tempo realmente tem se abreviado. Apesar de por vezes acharmos que a volta de Cristo está demorando, e o mundo não crer que Jesus voltará, nós como cristãos não podemos perder este fato de vista: “Cristo vai voltar, acredite ou não. E vem pra julgar, pra dar uma decisão…” (João Alexandre).
O dia de hoje está mais perto da volta de Cristo do que o de ontem que se passou. Amanhã estará mais perto ainda. Cada dia que finda é mais um passo para o cumprimento da profecia.
No meio de tanta agitação e correria, salta aos olhos uma parte especial da parábola do semeador (Mateus 13). Quando Jesus explica esta parábola, ele fala: “o que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera” (Mt 13.22). Ao contrário das outras sementes que foram lançadas e não tiveram bons resultados, aquela que cai entre os espinhos aparentemente cresce, porém não dá frutos. Foi isto que Jesus disse: “ela fica infrutífera”.
Note-se a diferença: a semente que caiu na beira do caminho, o maligno arrebatou a mensagem do coração; a semente que caiu em solo rochoso não teve raiz em si mesma e quando chegou a angústia ou a perseguição, se escandalizou; mas a que caiu entre os espinhos teve como fim não dar frutos, ou seja, chegou a crescer mas não frutificou. E por quê isto aconteceu? Porque a palavra foi sufocada pelos cuidados desta vida.
Jesus também disse que o caminho que leva à vida é estreito e o que leva à perdição é largo. Se pudéssemos visualizar estas duas passagens da escritura — a semente entre espinhos e o caminho estreito, possivelmente veríamos o seguinte quadro: um caminho bem apertado, que só dá para uma pessoa passar e este pequeno espaço é ainda limitado por espinhos. Assim, se nos desviarmos um pouquinho do caminho, vamos nos ferir nos espinhos e perderemos tempo e forças tentando voltar ao caminho e nos sarar das feridas.
Na Bíblia encontramos que não devemos pensar nas coisas daqui da terra, mas nas coisas do alto (Cl 3.2) e que devemos olhar firmemente para Jesus (Hb 12:2). Então, como poderemos não esbarrar nos espinhos, nem nos desviarmos do caminho, se temos que pensar e olhar ‘para cima’?
Analisando as Escrituras, nos deparamos com o maior capítulo deste livro — o Salmo 119. “A excelência da lei divina” é o título que esta passagem recebeu. Talvez seja este um dos capítulos mais evitados pelos cristãos, pela sua extensão. São 176 versículos. Mas quão rico é este Salmo! Nele, aprendemos especialmente, a caminhar olhando ‘para cima’.
“4Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca (…) 9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. (…) 18 Desvenda os meus olhos para que eu contemple as maravilhas da tua lei. (…) 24 Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, são os meus conselheiros. (…) 93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles me tens dado vida. (…) 96 Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. (…) 97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! (…) 105 Lâmpada para os meus pés á a tua palavra e luz para o meu caminho. (…) 113 Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei. (…) 130 A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.(…)165 Grande paz tem os que amam a tua lei, para eles não há tropeço.” Sl 119
O Senhor Jesus nos diz: “errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Paulo também nos diz: “Tudo quanto, outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.” (Rm 15.4) E ainda: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” (II Tm 3.16)Ainda outros versículos poderiam ser lembrados, mas estes três bastam, para afirmar que não existe crescimento na vida cristã sem a leitura e o conhecimento da palavra de Deus. E ela nunca se esgota. Se você já leu 100 vezes, leia 200.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de discernir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” Hb 4.12
Vale ressaltar que os versículos citados se referem ao Velho Testamento. Jesus, Paulo e o autor de Hebreus não tinham o Novo Testamento, o qual temos hoje o prazer da leitura. E porque a palavra de Deus é viva, porque o Senhor vela pela sua palavra, porque passarão os céus e a terra mas as palavras do Senhor não passarão, por estes motivos, a Bíblia chegou em nossas mãos com Velho e Novo Testamento. Sem pretender desmerecer o Novo Testamento, nos voltamos para o Velho Testamento, atualmente tão esquecido. Observa-se que o Velho Testamento é quase o triplo do Novo em número de páginas (na Bíblia que tenho em mãos – 911 pag x 306 pag). Este dado numérico nos remete ao fato de que Deus, em sua multiforme sabedoria, quer falar ao nosso coração, nos ensinar, também com o tempo da lei, o qual corresponde a aproximadamente 3/4 da Bíblia.
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento” Os 4:6
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tm 2.15
A Palavra de Deus é o que nos faz andar com largueza, sem dificuldades em lidar com os espinhos. Nada em nossas vidas deve tomar o tempo da leitura Bíblica e da oração. A nossa comunhão com o Senhor precisa ser prioridade em nosso dia-a-dia. É grande perda que muitos dias passem sem que busquemos um relacionamento íntimo com Deus.
É fato que Deus, em sua grande misericórdia, nos perdoa por aqueles dias que passam sem darmos muita atenção a Ele. Mas o que o Senhor quer ter conosco é intimidade, é comunhão; foi Ele que rasgou o véu, ALELUIA! Ele nos amou primeiro! É preciso que toda a nossa prioridade seja dada ao Senhor. Recordo-me ter ouvido em uma pregação: “quem sabe que não tem nada para dar (ao Senhor), dá tudo o que tem”.
Ele, o grande, o Todo-poderoso, se inclina para ouvir a nossa oração, Ele mesmo nos guarda como a menina dos seus olhos, nos cerca por trás e por diante e sobre nós põe sua mão. Mas, infelizmente, o que oferecemos em troca são orações divididas com caminhadas, com a louça suja na pia, com o volante do carro. É muito bom e devemos orar em todo tempo, mas melhor ainda é acrescentar períodos de exclusividade para o Senhor. “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em nós” (Tg 4.5).
Quando Moisés desceu do monte Sinai, dos primeiros 40 dias de conversa com o Senhor no monte, se deparou com o bezerro de ouro feito por Arão, e:“Vendo Moisés que o povo estava desenfreado, pois Arão o deixara à solta para vergonha no meio dos seus inimigos, pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: ‘Quem é do Senhor venha até mim’. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi, aos quais disse: (…) ‘Consagrai-vos, hoje, ao Senhor; cada um contra o seu filho e contra o seu irmão, para que Ele vos conceda, hoje, benção’” (Ex 32:25-29).
A tribo de Levi não foi escolhida por acaso! Os levitas deram o primeiro passo na direção do Senhor sem se importar com irmãos ou filhos. É isto que Ele quer de nós, o primeiro passo sem olharmos para ninguém, só para Ele. O conhecimento do Senhor é experimental, não é teórico. Mas para isso precisamos dispor o nosso coração para O buscar e cumprir a Sua lei, como fez Esdras; e a boa mão do nosso Deus será sobre nós (Ed 7:9-10). Somos todos chamados a sermos levitas do Senhor. Apesar de usarmos com frequência este termo para designarmos aqueles que trabalham no ministério de louvor em nossas igrejas, o mais correto à luz da palavra de Deus é que todos somos chamados para o sacerdócio. Todos devemos ser levitas.
Voltando à ilustração do caminho e da semente entre espinhos, infelizmente muitos estão parados no meio do percurso, observando os espinhos, quer sejam: os cuidados desta vida, ou mesmo os cuidados com o ministério. Às vezes a intenção é de apenas evitar um possível desvio ou ferimentos, mas, por não conhecerem a palavra, estas pessoas não conseguem sair do lugar. Não avançam no conhecimento do Senhor e, conseqüentemente, não dão frutos porque não estão voltados para a luz, para o Sol, elementos essenciais ao crescimento. Estão parados no caminho e o Senhor espera que voltem a sua atenção para Ele, o Sol da Justiça.
Sem a luz da Palavra de Deus não há caminhada com Cristo.
“Então, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3).

Que Deus nos abençoe,
Fabiane Rocha Bello
Igreja Batista Adonai – Salvador, BA

A salvação é para todos

A SALVAÇÃO É PARA TODOS
Antes de criar o homem Deus preparou a natureza para recebê-lo com plenas condições de acolher o ser que seria “a coroa da criação”, da forma como uma mãe prepara o enxoval para o filho que vai nascer. O pastor Charles Allen diz que antes de criar o homem, Deus colocou fertilidade no solo e vida nas sementes. Sabe-se que os vegetais assumem a condição de produtor, isto é, a origem da cadeia alimentar que sustenta seres herbívoros tanto quanto os carnívoros. Tudo isso Deus fez para acolher o ser humano indistintamente, independente de qualquer variável étnica. No projeto de Deus, o objeto e objetivo principal e único é o ser humano, mesmo depois de sua desobediência e queda. Tudo Deus fez e criou para que o ser formado à Sua imagem e semelhança vivesse em estreita parceria com Ele. Mesmo depois da queda e das penalidades aplicadas a todos os envolvidos, inclusive à natureza, Deus continuou cuidando da sua criação, oportunizando restauração ou o convívio com a nova realidade. Agora, o projeto da criação dá lugar ao projeto de restauração do homem, de forma plenamente inclusiva. Nenhum ser humano está fora do projeto de inclusão total de Deus, a menos que recuse a Sua Graça. A Bíblia fala disso de forma enfática porque a vinda e o ministério terreno de Jesus, seqüenciada pela ação do Espírito Santo, busca a culminância desse projeto: a salvação de TODOS os homens. Assim diz Paulo, dirigindo-se a Tito: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a TODOS os homens” (Tito 2:11).
Ainda no Antigo Testamento Deus convida a todos, através do profeta Isaías: “Ó vós TODOS que tendes sede… vinde e comprai sem dinheiro e sem preço vinho e leite”. Todos, indistintamente, são convidados a se apropriarem, de graça, da Graça de Deus (Is.55:1).
No capítulo 10 do livro de Atos Lucas narra o encontro de Pedro com Cornélio e, no versículo 34 o apóstolo que acompanhou passo a passo o ministério de Jesus e testemunhou sua ressurreição, agora (só agora) convencido da dimensão do amor de Deus para com raça humana, declara: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas”. Também, nessa direção e pela mesma razão declarada por Pedro, Tiago recomenda que não devemos fazer acepção de pessoas (cap. 2). Esta postura inadequada para os padrões cristãos motivou a instituição dos diáconos, conforme registro em Atos 6.
O evangelista João parece arrematar de forma conclusiva este tema quando afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que TODO AQUELE que Nele crer não pereça mas tenha vida eterna” (João 3:16). Deixa claro que o projeto de inclusão de Deus exige apenas uma condição: receber a Jesus, crendo e constituindo-O como Salvador e Senhor. A parte difícil e dolorosa desse projeto coube a Deus; ao homem cabe apenas crer, negar-se a si mesmo e obedecer. O mesmo evangelista anuncia a universalização de Jesus quando diz que “a TODOS quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus…” (João 1:11). Além destas citações o próprio Jesus, em várias ocasiões, estendeu Seu convite a TODOS que se sentem cansados, oprimidos, enfermos, perturbados e que necessitam de alívio (não bens materiais) – Mat.11:28.
Escrevendo aos efésios sobre a unidade da Igreja Paulo refere-se a “um só Deus e Pai de TODOS, o qual é sobre TODOS e por TODOS e em TODOS” (Ef.4:6). Significa que Deus é Senhor e Pai de TODOS que, pela fé, recebem a Jesus como Salvador e Senhor.
A Deus, toda honra e toda glória.

José Fidelcino dos Santos
Janeiro de 2012

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